Uma equipa de investigadores da Universidade de Coimbra desenvolveu uma nova técnica de transporte de nanopartículas de quimioterapia ativadas remotamente com luz azul.
O projeto, denominado Nanotrigger, contou com o apoio de vários fundos nacionais e comunitários, da Fundação para a Ciência e Tecnologia e da Comissão Europeia, bem como dos programas FEDER e COMPETE.
A técnica, desenvolvida com a participação de investigadores da China, Espanha e Reino Unido, foi publicada na Nature Communications e tem sido testada em ratinhos de laboratório que sofrem de leucemia.
De acordo com um comunicado da Universidade de Coimbra, as nanopartículas de quimioterapia permanecem inativas enquanto percorrem o interior do corpo humano até alcançarem o denominado “nicho leucémico”, situado na medula óssea e que é responsável pela produção de todas as células estaminais cancerígenas.
Quando chegam ao “nicho leucémico”, estas nanopartículas são ativadas com recurso à projeção de luz azul, no que se revelou ser um processo com uma vantagem ao nível da eficácia face aos tratamentos de quimioterapia convencionais.
Com este novo método, os investigadores mostraram que é possível levar a quimioterapia até aos reservatórios de células responsáveis pelo perpetuar da doença, ativando o tratamento apenas quando há maior probabilidade de ser eficaz.
Assim, e de acordo com o investigador Ricardo Neves, torna-se possível “despoletar a libertação da quimioterapia, por ação da luz, e ter maior impacto no local e consequentemente na doença, evitando também os efeitos secundários noutros locais”.
Além do tratamento do cancro, esta nova técnica pode também revelar-se eficaz na forma de encaminhar células introduzidas no corpo humano através de transplantes para a medula óssea do paciente.
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