Quando Maria Kavallaris foi diagnosticada com cancro aos 21 anos, decidiu que, caso conseguisse ultrapassar os agressivos tratamentos e vencesse a doença, faria algo para melhorar as terapias existentes.
“Eu estava a receber doses altíssimas de quimioterapia, que tinham muitos efeitos secundários. Ao mesmo tempo, observava as crianças com cancro a passarem pelo mesmo que eu. E isso fez-me pensar que tinha que haver uma alternativa”, conta.
O diagnóstico fez com que Maria dedicasse a sua vida ao desenvolvimento de tratamentos menos tóxicos para o cancro infantil.
O seu trabalho compensou e, esta semana, a cientista foi nomeada a Mulher do Ano pela NSW, uma organização governamental australiana que distingue e premeia mulheres que contribuem de forma extraordinária para a sociedade.
“A Maria é uma empreendedora notável, cuja pesquisa inovadora deu origem a terapias mais eficazes contra o cancro infantil”, disse Gladys Berejiklian, uma das responsáveis pela entrega dos Prémios NSW.
Atualmente, a investigadora Maria Kavallaris é chefe do Programa de Biologia e Direcionamento de Tumores do Children’s Cancer Institute e diretora do Centro Australiano de NanoMedicina.
A sua pesquisa mais recente envolve encontrar maneiras de combinar terapias em nanopartículas que possam ser entregues diretamente às células tumorais sem danificar as células normais.
“Incrivelmente honrada por receber este prémio”, a investigadora, que conta com mais de 35 anos de carreira, admite que, por vezes, algumas descobertas são “pura sorte”.
“Há momentos em que gritamos ‘EUREKA’ no laboratório porque descobrimos algo completamente novo”.
No início da sua carreira, Maria era uma das poucas investigadoras do país, mas isso nunca a impediu de chegar onde quis; hoje em dia, a cientistas está comprometida em ajudar e orientar jovens mulheres.
Fonte: The Sidney Morning Herald