A Dra. Sally George, do The Institute of Cancer Research (ICR), no Reino Unido, destacou, num artigo recente, os avanços realizados pela sua equipa de investigação na melhor compreensão e tratamento do neuroblastoma.
Enquanto líder mundial na investigação do cancro pediátrico, o The Institute of Cancer Research está a trabalhar para melhorar os resultados para estes pacientes e as suas famílias.
A equipa de investigação liderada por Sally George está a explorar a biologia subjacente ao neuroblastoma, com o objetivo de identificar novos tratamentos que salvem, prolonguem e melhorem a vida dos pacientes.
O seu projeto de investigação centrou-se numa forma de neuroblastoma que é resistente ao tratamento e surge de certas mutações no gene que codifica o ATRX, uma proteína que parece ter um papel importante no desenvolvimento do sistema nervoso. Embora se saiba que a perda de ATRX pode ativar ou desativar outros genes, os mecanismos pelos quais isso ocorre permanecem desconhecidos.
Ao estudar o neuroblastoma em linhas celulares e em ratinhos, a investigadora conseguiu demonstrar que as mutações do ATRX tornam o neuroblastoma mais sensível aos inibidores de PARP, um tipo de medicamento contra o cancro direcionado que impede as células cancerígenas de se repararem.
A investigadora continuou a sua linha de investigação e realizou novos avanços. Em 2019, publicou os resultados de um estudo piloto, o qual mostrou que era possível detetar alterações genéticas em crianças com tumores sólidos por meio de um novo teste desenvolvido no ICR. O Serviço Nacional de Saúde britânico recorre agora de forma rotineira a este teste no ambiente clínico.
A cientista pretende agora determinar os efeitos biológicos específicos das mutações ATRX nas células de origem do neuroblastoma, com o objetivo final de identificar alvos para novos medicamentos.
“O neuroblastoma é uma doença rara com subtipos individualmente raros. Em vez de o considerar como uma doença única, tratamo-la mais como um conjunto de subtipos moleculares que conduzem a fenótipos semelhantes. Isso significa que diferentes tratamentos podem funcionar melhor para diferentes pacientes”, explicou a cientista.
A sua equipa também está a realizar grandes progressos ao tentar identificar quais tratamentos provavelmente funcionarão melhor para determinados pacientes com neuroblastoma.
“Esperamos que, no futuro, ajustando as abordagens de tratamento em conformidade, seja possível minimizar os efeitos secundários prejudiciais e, ao mesmo tempo, aumentar a probabilidade de um bom resultado”, rematou.
Fonte: The Institute of Cancer Research