O Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), no Porto, conta atualmente com o empenho e dedicação do investigador suíço Reto Gassmann, que está em Portugal para prosseguir com a sua investigação na área da biologia molecular, com o objetivo de encontrar um caminho que leve à cura para o cancro.
Galardoado com a bolsa EMBO Installation, no valor de 50 mil euros, Reto Gassmann viu assim reconhecido o notável padrão da sua pesquisa e pode agora criar o seu próprio laboratório e recrutar os investigadores que pretender para integrarem a sua equipa no IBMC, a fim de desenvolver o seu estudo ao longo dos próximos três a cinco anos. A pesquisa tem como finalidade perceber de que modo as células cancerígenas processam a segregação do seu genoma, no momento em que se dá a divisão celular.
Para além do prémio monetário, a EMBO Installation Grant permite a Gassmann a integração na prestigiada rede de trabalho EMBO Jovens Pesquisadores.
No IBMC, o jovem cientista irá continuar a trabalhar numa pesquisa que iniciou no pós-doutoramento, no Instituto de Pesquisa em Cancro Ludwig, em San Diego, nos Estados Unidos, para melhor compreender os mecanismos fundamentais de divisão de células e perceber como funciona a segregação cromossómica. A sua pesquisa incide sobre uma avaliação que utiliza como modelo o nemátode C elegans.
Reto Gassman acredita que um conhecimento mais aprofundado sobre os mecanismos fundamentais que promovem a distribuição da informação genética durante a divisão celular permitirá identificar a alteração que leva as células cancerígenas a segregarem, de forma consistente, informação genética errada.
O investigador lembra que muitos destes mecanismos inerentes à divisão celular estão, “de alguma forma, implicados na doença, quer seja o cancro ou outras doenças”, motivo pelo qual considera que, ao perceber estas “ligações” ao nível molecular, podem ser identificados novos alvos a atacar “usando medicamentos específicos.”
Satisfeito com a sua escolha pelo território nacional, Gassmann recorda que ficou surpreendido em Portugal com a qualidade dos candidatos, quando abriu as candidaturas para recrutar cientistas para a sua equipa. “A maioria são portugueses, alguns vivem no estrangeiro, mas com vontade de regressar. Acho que significa que há muita gente à procura de trabalho na nossa área”.
Gassman tem esperança que Portugal continue a afirmar-se na área da ciência, mantendo uma forte aposta “pelo menos tanto quanto o fez no passado recente”. O cientista sublinha que “os laboratórios portugueses são reconhecidos lá fora. Há muitas pessoas que são formadas aqui, que vão para fora e têm muito sucesso. Agora a preocupação é com o facto de os fundos poderem ser restringidos e todo o esforço que tem sido feito ao longo de mais de 20 anos se possa perder”.
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