Investigação vai avaliar uso de organoides ex-vivo para tratar tumores cerebrais pediátricos

A investigadora Bárbara Ferreira foi galardoada recentemente com uma bolsa de investigação científica em oncologia atribuída pela Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Norte (LPCC-NRN). Estas bolsas têm como objetivo apoiar projetos de investigação inovadores na área da oncologia, através de um financiamento individual de 12 600 euros. A verba atribuída pela bolsa será usada numa investigação que vai avaliar o uso de organoides ex-vivo para tratar tumores cerebrais pediátricos.

O trabalho apresentado por Bárbara Ferreira, sob orientação do investigador Jorge Lima, foca-se no estudo dos tumores pediátricos do sistema nervoso central, nomeadamente na sua biologia molecular e na translação desse conhecimento para a prática clínica, com o objetivo de encontrar terapias mais personalizadas e com menores efeitos secundários.

Bárbara Ferreira está a desenvolver o seu projeto de Mestrado em Medicina e Oncologia Molecular na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, no grupo de investigação em “Cancer Signalling & Metabolism” do i3S.

Em colaboração com o Centro Hospitalar Universitário São João, a equipa do grupo “Cancer Signalling and Metabolism” está a criar um modelo pré-clínico inovador: organoides ex-vivo derivados de material cirúrgico de tumores cerebrais pediátricos, capazes de crescer e manter características moleculares importantes dos seus tumores de origem.

O projeto “tem como objetivo principal determinar o perfil de um conjunto de proteínas, as quinases, que estão ativadas. Desta forma, será possível identificar quais as vias de sinalização celular que contribuem para o crescimento e progressão destes tumores e que podem constituir potenciais alvos terapêuticos para o seu tratamento”, refere Bárbara Ferreira.

Este projeto surge no seguimento de um estudo nacional denominado PRECISEKIDS, liderado por Jorge Lima, que visa determinar o perfil genético de tumores cerebrais pediátricos, fornecendo informação molecular crucial para o processo de diagnóstico e escolha terapêutica.

“A implementação de organoides ex-vivo como um modelo pré-clínico e a sua caracterização molecular é um passo fundamental para que estes doentes possam ter acesso a uma abordagem terapêutica personalizada, reduzindo os efeitos adversos associados aos tratamentos e aumentando a sua qualidade de vida”, destaca ainda Bárbara Ferreira.

Fonte: Universidade do Porto

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