Investigação em Oncologia Pediátrica atravessa dificuldades

As verbas disponíveis actualmente para promover a investigação na área da oncologia pediátrica estão muito aquém do que seria necessário, segundo aponta um relatório financiado por fundos europeus, ao abrigo do 7.º Programa-Quadro.
A investigação em oncologia pediátrica, que em muito tem contribuído para salvar vidas, tem vindo a sofrer cortes sucessivos que não permitem garantir o seu sustento no futuro, o que pode colocar em causa a melhoria das taxas a longo prazo.
O estudo “O Estado da Investigação em Crianças com Cancro em toda a Europa – Novas Políticas para uma nova década” aponta ainda que “cerca de 80% de todos os pacientes de cancro infantil agora sobrevivem, devido a melhorias significativas no diagnóstico e tratamento ao longo dos últimos quarenta anos”, tendência que pode estar em perigo.
Os autores do relatório referem que esta é uma área ainda pouco explorada e salientam a escassez de artigos sobre novas descobertas e estudos sobre o cancro infantil, facto que surge como um reflexo da pouca investigação que é feita na área, em comparação com a constante evolução que se verifica ao nível de outras patologias do foro oncológico.
Richard Sullivan, do Centro de OncoPolicy Global, no Reino Unido, e um dos autores do relatório, salienta o papel e a dedicação dos investigadores nesta área com pouca expressão, sublinhando que “trabalhar neste tipo de ambiente desencorajador faz dos resultados da investigação do cancro da infância algo ainda mais louvável”.
Entre as descobertas mais relevantes, os autores do estudo referem que os países onde a taxa de incidência de cancro infantil é superior, sobretudo no Leste Europeu, assumem pouco empenho neste campo, e fecham as portas a novas descobertas e pesquisas realizadas em países mais desenvolvidos na área, postura que se reflecte depois na resposta aos jovens diagnosticados com cancro nestes países.
Sullivan e os seus colegas defendem ainda a criação de um Portal de Informação Comum Europeu capaz de “resolver grandes deficiências na informação em países com poucos ou nenhum organizações de pacientes, ou onde a existência de um grande número de línguas, o acesso a essas informações, difícil”, além de um financiamento comunitário capaz de suportar a longo prazo uma rede de investigação e ensaios clínicos de oncologia pediátrica à escala europeia.
O relatório foi apresentado no Parlamento Europeu esta quarta-feira, 9 de Fevereiro, como forma de assinalar o Dia Internacional do Cancro Infantil que se comemora no próximo dia 15 deste mês.
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