Imunoterapia com células CAR-T controladas remotamente promete maior segurança e eficácia

Cientistas do Ludwig Cancer Research (EUA) desenvolveram uma nova geração de células CAR-T, uma imunoterapia inovadora para o cancro, que permite ativar e desativar a sua atividade de forma controlada e ajustável com medicamentos já aprovados. A investigação, liderada por Melita Irving e Greta Maria Paola Giordano Attianese, foi publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Como funciona a terapia CAR-T?

As células CAR-T são concebidas para identificar e destruir células tumorais. Equipadas com recetores sintéticos que reconhecem marcadores específicos em células cancerígenas, estas células ativam o seu potencial citotóxico ao ligar-se aos tumores. Contudo, estas terapias enfrentam desafios em tumores sólidos, como o risco de efeitos colaterais em células saudáveis e a supressão imunológica do microambiente tumoral, que pode levar à exaustão celular.

A inovação do controlo remoto

Os investigadores criaram um novo design para as células CAR-T, incorporando duas funcionalidades principais:

  • Ativação ajustável (“iON-CAR”): as células podem ser ativadas em diferentes intensidades ao administrar doses controladas do medicamento venetoclax.
  • Desativação rápida (“iONØ-CAR”): caso a terapia cause efeitos adversos, o medicamento lenalidomida desativa as células CAR-T em 4-6 horas, reduzindo os riscos para o paciente.

Além disso, períodos intercalados de repouso entre ciclos de ativação podem melhorar a eficácia a longo prazo, revertendo a exaustão celular e reforçando a funcionalidade das células CAR-T.

Perspetivas futuras

Os próximos passos incluem testar estas células em diferentes modelos tumorais para avaliar a sua segurança e eficácia, bem como explorar o impacto do controlo remoto no aumento da durabilidade da resposta terapêutica.

Esta abordagem representa um avanço significativo na imunoterapia, oferecendo maior segurança e a possibilidade de personalizar o tratamento contra cancros sólidos, uma área até agora desafiante para as terapias CAR-T.

Fonte: Eureka Alert

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