Investigadores canadianos descobriram que doentes com leucemia linfoblástica aguda (tipo de tumor que afecta o sangue) que possuem uma forma particular do gene ATF5 estão em maior risco de ter uma recaída da doença, quando tratados com E. coli asparaginase, um fármaco quimioterápico-chave contra este tipo de leucemia.
A pesquisa, publicada na revista científica Blood, avaliou a acção da asparaginase, uma das substâncias mais usadas nos tratamentos de quimioterapia em jovens que sofrem com este tipo de leucemia, tendo observado que o referido composto estava associado a um aumento do número de recaídas da doença, quando administrado em doentes que apresentavam uma forma especial do gene ATF5.
A equipa do Centro de Pesquisa do Hospital Universitário Sainte-Justine e da Universidade de Montreal, no Canadá, explica que este gene regula a asparagina sintetase, uma enzima que produz asparagina, composto usado para alimentar as células cancerígenas.
A alteração naquele gene pode actuar de modo a que a medicação, em vez de impedir a proliferação de células de leucemia, reduzindo a taxa de asparagina, faça exactamente o contrário, accionando as células tumorais para que produzam elas próprias a asparagina.
A descoberta de uma forma específica deste gene associada a taxas mais elevadas de recaída durante o tratamento com E.coli asparaginase abre portas à possibilidade de seleccionar um tipo de tratamento farmacológico com base no perfil genético do doente.
Os autores do estudo recordam que se um teste de ADN detectar “os polimorfismos genéticos existentes nas crianças, será possível prever o risco de efeitos colaterais ou recaídas”.
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