Identificado biomarcador fundamental associado ao neuroblastoma

Investigadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, identificaram recentemente um biomarcador universal e essencial para o desenvolvimento do neuroblastoma, o qual poderá ser um novo alvo potencial para tratamento da doença.

O neuroblastoma é responsável por 15% de todas as mortes por cancro pediátrico. A doença desenvolve-se precocemente no tecido nervoso, geralmente dentro e ao redor das glândulas suprarrenais, e geralmente afeta crianças menores de cinco anos. Os casos de alto risco têm uma taxa de sobrevivência em cinco anos de apenas 50%.

Durante o estudo, os cientistas suspeitaram que a oncoproteína AF1q, que é conhecida por desempenhar um papel na leucemia e na progressão de tumores sólidos, também poderia ser importante em tumores de origem neural. Eles usaram então o banco de dados da Cancer Cell Line Encyclopedia do Broad Institute para comparar a expressão do gene AF1q – isto é, se e como o gene é usado para produzir proteínas cancerígenas – em 37 tipos diferentes de doenças malignas pediátricas e em adultos.

Os cientistas também recorreram ao banco de dados Depmap – Cancer Dependency Map para analisar o impacto do silenciamento genético (ou seja, prevenção da expressão genética) e da edição genética de diferentes linhas celulares de cancro.

A investigação revelou que a AF1q foi expressa em níveis mais elevados no neuroblastoma, em comparação com todos os outros tipos de tumor. As células do neuroblastoma também dependiam mais da AF1q do que qualquer outra linhagem celular. E quando silenciaram o AF1q nas células do neuroblastoma, pareceu iniciar a morte celular e enfraquecer o progresso dos tumores. Os resultados foram publicados na revista Oncogene.

A chave para o funcionamento da AF1q no neuroblastoma, explicou Julie Saba, autora principal do estudo, parece ser a sua capacidade de manter altos níveis celulares de N-myc, outra oncoproteína que está ligada ao neuroblastoma de alto risco.

“A N-myc tem sido considerada há muito tempo um alvo ‘indestrutível’ no neuroblastoma. Mas, agora, vemos a AF1q como um potencial calcanhar de Aquiles que podemos usar para desestabilizar esse alvo”, destacou Julie Saba.

Os autores da investigação avançaram que estudos futuros estarão focados em determinar como a AF1q interage com outras proteínas celulares e, em seguida, em usar essa informação para direcionar as ações do AF1q nas células cancerígenas.

Fonte: News Medical

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