O Centro Hospitalar e Universitário São João (CHUSJ) irá aplicar um projeto-piloto na instituição que permitirá que profissionais de saúde que tenham contacto com doentes oncológicos sejam testados à COVID-19.
Em declarações à Lusa, o diretor do serviço de oncologia do Hospital de São João, Miguel Barbosa, explicou que o CHUSJ “decidiu começar a testar os profissionais da área da oncologia porque entendemos que, ao testar quem lida com os doentes oncológicos, estamos a aumentar a segurança de todos”.
Esta decisão prende-se com o fato de “os doentes com cancro quando fazem tratamento oncológico são submetidos a tratamentos que tem implicações no seu sistema imunitário. O sistema imunitário fica mais enfraquecido, os doentes estão mais frágeis e mais sujeitos a infeções”.
Já em abril deste ano, a Direção-Geral da Saúde (DGS) havia publicado uma norma que obrigava os hospitais a fazerem testes à COVID-19 em doentes oncológicos antes de estes serem submetidos a tratamentos, como quimioterapia e radioterapia. Recentemente, uma nova norma foi emitida, onde é colocada a possibilidade de esses mesmos testes serem alargados a profissionais que lidam com os doentes oncológicos no dia a dia.
Apesar de “facultativa”, esta segunda norma será aplicada “desde já”, garantiu Miguel Barbosa.
“Graças um teste programado, atempado e regular a profissionais, o doente fica com a certeza que aquele clínico com quem passa um tempo considerável constitui um contato seguro”, disse o diretor do serviço de oncologia do CHUSJ, afirmando que este é um “reforço de segurança para todos” promovido pela instituição hospitalar.
Numa primeira fase, este “projeto inovador”, que será reavaliado após 30 dias da sua introdução e “ajustado conforme as necessidades”, irá abranger cerca de meia centena de profissionais do Hospital de São João, sendo implementado quer na oncologia de adultos, quer na oncologia pediátrica.
“Daqui por algumas semanas poderemos estar a falar de um número superior de profissionais testados”, afirmou.
Caso os resultados sejam positivos, o médico assegura que o próximo passo “é alargar este rastreio a outros serviços hospitalares que também lidam com doentes mais frágeis. Pretendemos criar uma camada de proteção adicional para os nossos doentes. Para que venham ser tratados em segurança e concentrados no que já lhes é tão difícil, que é o cancro”.
Fonte: Visão