Os familiares próximos de crianças que sofrem com cancro parecem ter um risco aumentado de virem a sofrer de tumores, segundo uma nova pesquisa de larga escala que avaliou o historial clínico de cerca de 4 500 crianças que foram diagnosticadas com cancro ao longo de um período de 43 anos.
Pesquisadores da Clínica de Oncologia Pediátrica do Instituto de Cancro Huntsman da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, descobriram que pais, irmãos e filhos de pacientes que foram diagnosticados com algum tipo de cancro até aos 18 anos de idade tinham duas vezes maior risco de virem a desenvolver cancro, em comparação com membros de famílias onde não existe historial de cancro pediátrico.
Os investigadores concluíram ainda que se a criança for diagnosticada com cancro com 4 anos de idade ou mais jovem, os parentes próximos apresentam um risco quase quatro vezes maior.
“O risco depende da sua história familiar de cancro”, indica o líder do estudo Joshua Schiffman, num artigo publicado no International Journal of Cancer.
Apesar do estudo associar casos de cancro infantil a um maior risco da doença em membros da família, este não estabelece uma relação de causa e efeito. Os pesquisadores também examinaram síndromes genéticas hereditárias em parentes adultos de pacientes pediátricos e descobriram que os tumores associados à Síndrome de Li-Fraumeni (LFS) parecem ser um fator importante para o aumento do risco de cancro nestas famílias.
“Nem todos os cancros pediátricos são hereditários. Mas os números deste estudo sugerem que a percentagem de cancros hereditários infantis pode ser significativamente mais elevada do que os 5% a 10% dos cancros hereditários geralmente citados em adultos, e provavelmente mais do que 20%”, disse Schiffman .
O autor explica que a síndrome é uma das mais devastadoras, elevando a percentagem de variedade de tumores em crianças e adultos e aumentando o risco para 80% a 90%. Apesar das previsões, sabe-se que um diagnóstico atempado pode garantir uma taxa de sobrevivência muito elevada, talvez próxima dos 100%.
Os investigadores sublinham que os médicos devem avaliar o historial clínico de três gerações em pacientes de cancro infantil recém-diagnosticados e referem que as famílias com historial de risco de cancro em crianças ou adultos devem ser encaminhadas para aconselhamento genético.
Os pesquisadores alertam ainda que os pais que têm uma criança com diagnóstico de cancro antes dos 5 anos e uma história familiar de cancro devem ser informados de que os seus outros filhos estão em maior risco da doença.
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