Sobreviventes de cancro infantil do sexo feminino têm uma menor probabilidade de engravidar do que mulheres da dita “população em geral”, mas, uma vez grávidas, não têm uma maior probabilidade de sofrer um aborto.
As descobertas, publicadas na revista Cancer, foram realizadas com base em dados provenientes do Registo Oncológico Finlandês, através dos quais foram analisados dados sobre cancro, nascimentos e abortos induzidos.
De acordo com vários estudos já publicados, sobreviventes de cancro infantil são muito relutantes em constituir família devido a preocupações com a saúde dos seus filhos, bem como com a probabilidade iminente de recidiva do seu próprio cancro.
Quando os cientistas compararam as 420 primeiras gravidezes de sobreviventes de cancro infantil com 2 508 primeiras gravidezes da população em geral, entre 1987 e 2013, observaram que as sobreviventes de cancro infantil tiveram uma probabilidade 28% menor de engravidar em comparação com as mulheres na população em geral, mas o risco de uma primeira gravidez resultar num aborto espontâneo foi semelhante.
“O nosso estudo mostra que o risco de aborto é semelhante em sobreviventes de cancro infantil e na população em geral, o que sugere que as mulheres sobreviventes de cancro infantil estão tão preparadas quanto os seus pares ditos saudáveis em levar a cabo uma gravidez saudável”.
Os investigadores afirmam ainda que “não foram encontrados quaisquer riscos aumentados de anomalias congénitas em crianças nascidas de sobreviventes de cancro infantil”.
“Pelo que pudemos observar, abortos causados por anomalias congénitas ou defeitos de nascença do feto foram muito raros em sobreviventes de cancro infantil.”
Por outro lado, o estudo também aponta para uma necessidade maior de intervenções para preservar a fertilidade de pacientes com cancro infantil durante o tratamento uma vez que, efetivamente, os tratamentos oncológicos reduzem os níveis de fertilidade.
Fonte: Medical Xpress