O Brasil vai investir na pesquisa de fármacos biotecnológicos de tratamento oncológico, tendo já anunciado, para o efeito, o financiamento de 15,2 milhões de reais (cerca de 5,1 milhões de euros) para estudos que serão levados a cabo no Instituto Butantan, em São Paulo.
Os investigadores daquela unidade vão desenvolver um medicamento biotecnológico pioneiro contra o cancro, partindo do estudo do genoma do parasita Amblyoma cajannense, pois o mesmo possui, na composição da sua saliva, uma proteína com propriedades anticoagulantes que revela um forte potencial anticancerígeno.
Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, coordenadora da investigação no Instituto Butantan, indica que a pesquisa, cujos primeiros passos para a descoberta da molécula já foram realizados no Laboratório de Bioquímica e Biofísica do instituto, irá agora focar-se na avaliação da estrutura de uma nova molécula do medicamento e no mecanismo de ação e obtenção dessa mesma molécula em escala laboratorial.
Os primeiros testes em laboratório avaliaram o mecanismo de ação da molécula in vitro e in vivo, e concluíram que a mesma é de facto seletiva para células tumorais, além de revelar baixa toxicidade.
A aposta do Governo brasileiro nesta área surge, em parte, pela garantia da eficácia dos resultados já obtidos com a molécula, que já detém inclusive patente nos Estados Unidos, Japão, Austrália, China e em alguns países da União Europeia, e que reúne as condições necessárias para poder originar um novo medicamento inovador e eficaz contra o cancro.
O projeto contará ainda com a colaboração da União Química Farmacêutica Nacional do Brasil e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT).
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