Glioma Pontino Intrínseco Difuso: estudo faz descoberta promissora

Anualmente, só nos Estados Unidos, entre 150 a 300 crianças são diagnosticadas com glioma pontino intrínseco difuso, também conhecido como DIPG, um tumor cerebral, agressivo e letal, para o qual ainda não existe cura.

Agora, um estudo financiado pelo National Institutes of Health mostrou que fármacos experimentais projetados para reduzir a produção natural de alfa-cetoglutarato (α-KG) aumentaram a esperança média de vida de ratos com glioma pontino intrínseco difuso.

De acordo com os cientistas, este facto ocorreu porque os fármacos analisados “conseguiram diminuir o crescimento das células cancerígenas”.

Curiosamente, o estudo também descobriu que o aumento artificial dos níveis de alfa-cetoglutarato com genes causadores de DIPG pode retardar o crescimento de outros tumores cerebrais.

Os resultados, publicados na revista Cancer Cell, fazem parte de um estudo norte-americano que explorou o papel cíclico que o metabolismo de células cancerígenas pode desempenhar na regulação de genes de tumores cerebrais.

Realizada pela Universidade do Michigan, nos Estados Unidos, a investigação analisou principalmente tumores H3K27M, que são “gliomas pontinos intrínsecos difusos associados a uma mutação num determinado gene”, intitulado gene histona 3.

Há já alguns anos que os cientistas sabem que os genes do cancro costumam alterar o metabolismo dos tumores.

Contudo, neste estudo, os cientistas não apenas descobriram que esse facto também pode ser verdade para pacientes com tumores H3K27M, como também que essas alterações no metabolismo podem fazer parte de um ciclo que envolve o alfa-cetoglutarato (α-KG), que epigeneticamente mantém esses e outros tumores cerebrais num estado ativo.

Ressonâncias magnéticas em pacientes com H3K27M mostraram que estas pessoas tinham níveis mais elevados de certos metabólitos precursores, particularmente, glicose e glutamina, do que pacientes com tumores cerebrais que não possuíam as mutações H3K27M.

Segundo os investigadores, “a redução dos níveis de α-KG com fármacos experimentais aumentou a metilação das histonas, desacelerou o crescimento das células cancerígenas e ajudou os ratos com DIPG a viverem durante mais tempo”.

“Por outro lado”, continuaram, “observámos resultados surpreendentemente opostos em tumores de baixo grau associados a mutações nos genes da isocitrato desidrogenase (IDH1), que naturalmente produzem níveis mais baixos de α-KG”.

Apesar dos resultados animadores, os investigadores afirmam serem necessárias mais pesquisas, de forma a que estas descobertas sejam comprovadas.

Fonte: Eurekalert

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