As crianças que tomam o medicamento Gleevec, para tratar uma forma rara de leucemia infantil, podem sofrer uma desaceleração no seu crescimento. As evidências apuradas foram mais significativas quando os doentes iniciavam o tratamento antes de atingirem a puberdade.
Os resultados, publicados no Journal of Pediatrics, confirmam conclusões anteriores que relatavam dificuldades de crescimento em algumas crianças em tratamento com o Gleevec, tratamento padrão usado para tratar a leucemia mielóide crónica (LMC) em adultos e crianças.
Os cientistas sublinham que os efeitos do Gleevec são notórios, sobretudo, em crianças que ainda não atingiram a puberdade. As conclusões foram apuradas num ensaio da Universidade de Keio, em Tóquio, que avaliou registos de 48 crianças com a doença.
Apesar dos dados, um especialista da Universidade de Chicago, que não esteve envolvido no estudo, refere que os efeitos potenciais do Gleevec no crescimento das crianças não vão mudar o seu estatuto como tratamento de primeira linha para a LMC.
O especialista lembra, no entanto, que o estudo serve de alerta para que os pais possam, pelo menos, estar informados de que os seus filhos podem sofrer um atraso no crescimento, embora este possa ser retomado durante a puberdade.
Até à data, ainda não são conhecidas as causas que motivam este atraso no crescimento provocado pelo Gleevec, mas os cientistas estimam que as mesmas possam estar relacionadas com o facto do medicamento poder afectar as placas de crescimento ósseas.
As conclusões motivaram a Novartis, responsável pelo medicamento, a incluir potenciais efeitos sobre o crescimento das crianças na informação do produto.
Este artigo foi úlil para si?
SimNão
Deixe um comentário
Tem de iniciar a sessão para publicar um comentário.