Cientistas do Centro Médico da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, descobriram evidências genéticas de uma nova ligação entre o colesterol e o cancro.
Um artigo publicado na edição online da revista Cell Reports suporta outros estudos que sugerem que os indivíduos que tomam medicamentos para reduzir os níveis de colesterol podem ter um risco reduzido de cancro, enquanto que, por outro lado, as pessoas com níveis mais elevados de colesterol parecem ter uma probabilidade elevada de desenvolver a doença.
A ligação entre estas duas variáveis tem sido debatida desde o início do século 20, mas só agora foi possível observar evidências genéticas neste sentido.
O colesterol pode esconder-se no interior das células e assume aqui um impacto sobre o crescimento e a sobrevivência celular. Um gene, conhecido como ABCA1, tem sido frequentemente apontado como exercendo um papel fundamental impedindo a saída do colesterol para o exterior da célula, mas o recente estudo foi o primeiro a mostrar de que forma a perda de função do ABCA1 atua diretamente sobre o colesterol e pode desempenhar um papel no cancro.
Se a função do ABCA1 é perdida nas células do cancro, o colesterol acumula-se nas mitocôndrias das células, tornando as suas membranas mais rígidas e inibindo assim a morte celular.
Por este motivo, pressupõe-se que se o gene ABCA1 funcionar corretamente, este assume uma atividade anti-cancro, pois, mantendo o colesterol mitocondrial baixo, protege o funcionamento dos sistemas de resposta ao stress celular e atua como uma barreira para a formação e progressão tumoral.
A descoberta é muito útil, no sentido em que pode antecipar a possibilidade de, no futuro, ser possível recorrer aos medicamentos de colesterol para a prevenção do cancro ou para aumentar a eficácia dos tratamentos.
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