Em Londres, uma equipa de investigação, liderada pelo médico oncologista português, Miguel Reis Ferreira, descobriu que uma bactéria presente na boca é capaz de destruir células cancerígenas no pescoço e na cabeça. É uma descoberta importante, que vem alimentar a esperança, mas com uma possibilidade de tratamento ainda longínqua.
A investigação, encabeçada pelo especialista em cancros do pescoço e cabeça, iniciou-se com a ideia de que a bactéria podia agravar o estado de saúde dos doentes, isto porque no cancro do intestino, por exemplo, estas bactérias “impedem que os tratamentos resultem bem”, explicou à SIC Miguel Reis Ferreira. Mas os resultados foram surpreendentes.
“Estávamos à espera de ver que os doentes que tinham esta bactérias nos seus tumores tinham pior prognóstico, mas não. Achámos que havia um erro. Revimos os dados e fizemos uma série de análises e chegámos à conclusão que era verdade. Depois em laboratório estávamos à espera de ver o cancro progredir e afinal [as bactérias] faziam derreter cancro”, disse.
A bactéria em questão chama-se fusobactéria. Está presente na boca de toda a gente e, apesar de ter má fama, a investigação provou que tem uma influência positiva nalguns tipos de cancro.
A investigação concluiu que esta reduz entre 70% e 99% as células cancerígenas na cabeça e no pescoço e diminui em 65% o risco de morte dos pacientes.
Fonte: Sic Notícias