Fundação Champalimaud obtém exclusividade no desenvolvimento de tecnologia em biologia molecular e sintética para tratamento oncológico

A Fundação Champalimaud alcançou um marco significativo na investigação e desenvolvimento pré-clínico em Oncologia, ao obter direitos exclusivos para desenvolver tratamentos por meio da biologia molecular e sintética, que permite desenvolver tratamento oncológicos inovadores e oferece a possibilidade de corrigir mutações genéticas hereditárias, muitas delas associadas ao cancro. Essas tecnologias foram inicialmente desenvolvidas pela Universidade de Stanford e, posteriormente, pela Refuge Biotechnologies (Refuge), uma empresa pioneira no campo da biologia sintética e especializada em imunoterapia.

Graças a este acordo transformador, a Fundação Champalimaud detém agora direitos exclusivos em todo o mundo para desenvolver e comercializar um amplo portfólio de aplicações com recurso a engenharia molecular e biologia sintética em todas as áreas terapêuticas. Além disso, a Fundação fortaleceu ainda mais a sua capacidade para desenvolver e implementar terapias celulares clinicamente relevantes, ao adquirir um extenso portfólio de patentes anteriormente pertencentes à empresa Refuge.

A Fundação Champalimaud continuará a licenciar a plataforma de biologia sintética à multinacional Kite, uma empresa de biotecnologia do grupo Gilead, para que esta possa continuar a desenvolver tratamentos para pacientes com tumores hematológicos, no seguimento de um acordo de licenciamento que tinha sido assinado entre a Refuge e a Kite em outubro de 2022.

Considerada uma abordagem revolucionária, a bioengenharia sintética permite a manipulação genética e epigenética celular com um elevado grau de precisão. Esta tecnologia abre portas à criação de Produtos Médicos Terapêuticos Avançados (ATMPs) “inteligentes”, isto é, capazes de responder de forma mais eficaz aos sinais presentes no corpo humano, bem como de se adaptar aos microambientes únicos existentes em pacientes com tumores sólidos. Além disso, oferece a possibilidade de corrigir mutações genéticas hereditárias, muitas delas associadas ao cancro.

Na Fundação Champalimaud, uma equipa especializada em imunoterapia começou já a desenvolver terapias celulares baseadas em biologia sintética para iniciar ou aprimorar respostas biologicamente significativas contra o cancro em pacientes com tumores sólidos. O potencial desses tratamentos é considerável, já que oferece uma maior eficácia e garante ao mesmo tempo uma maior segurança na sua utilização em conjunto com terapias existentes. Estas plataformas permitirão introduzir mecanismos adicionais de segurança em células geneticamente modificadas, com menos risco para os pacientes submetidos à terapia celular.

Através da reprogramação celular, estas tecnologias permitem aos investigadores e clínicos exercer um maior controlo sobre o sistema imunitário e melhorar a sua capacidade para detetar e combater células cancerígenas. Oferecem, assim, uma oportunidade sem precedentes de reconfigurar com precisão os processos de tomada de decisão por parte das células do sistema imunitário geneticamente modificadas ou reprogramadas, ajudando a que estas células detetem as células cancerígenas através do reconhecimento de marcadores associados a tumores, isto é, de moléculas produzidas pelas células cancerígenas. As células do sistema imunitário assim personalizadas podem permanecer vigilantes no organismo do paciente por um período prolongado, como que patrulhando diligentemente para detetar e prontamente combater as células cancerígenas, oferecendo assim uma nova esperança a pacientes com tumores sólidos.

Fonte: Fundação Champalimaud (press release)

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