Faleceu Audrey Evans, a investigadora pioneira que dedicou a sua vida ao estudo do neuroblastoma

Morreu na passada quinta-feira, aos 97 anos, Audrey Evans, uma das mais pioneiras investigadoras na área da oncologia pediátrica.

Natural do Reino Unido, Audrey Evans foi a primeira mulher a chefiar o Centro de Cancro Infantil do Hospital Infantil da Filadélfia, nos Estados Unidos, no final da década de 1960; na altura, crianças diagnosticadas com cancro enfrentavam inúmeras dificuldades, incluindo baixíssimas taxas de sobrevivência.

Numa época em que poucas mulheres tinham a oportunidade de exercer cargos de liderança em hospitais, Audrey foi convidada para integrar o Centro de Cancro Infantil por Everett Koop, chefe de cirurgia pediátrica do hospital.

Esta médica e investigadora tornou-se assim numa das figuras mais influentes na área da oncologia pediátrica, contribuindo com inúmeras pesquisas e descobertas que salvaram milhares de vidas.

Audrey é reconhecida pelos seus pares como a “Mãe do Neuroblastoma”, devido às suas investigações que ajudaram a melhorar as opções de tratamento e as taxas de sobrevivência de uma das formas mais comuns de cancro infantil.

Um dos seus trabalhos, o “Evans Staging System”, permitiu que os profissionais de saúde fizessem melhores escolhas sobre quando e se deveriam tratar pacientes jovens, muitos deles com menos de 5 anos de idade.

Depois de ter implementado este sistema de estadios, em 1971, a abordagem foi creditada com o aumento das taxas de sobrevivência entre pacientes com neuroblastoma de cerca de 10% a 50%. Anos mais tarde, Audrey foi cofundadora do National Wilms Tumor Study em colaboração com os principais neurocirurgiões e radioterapeutas na área da oncologia pediátrica.

Esta mulher foi também uma das principais defensoras de uma abordagem de “cuidado total” para o tratamento oncológico, garantindo que as necessidades sociais e familiares dos pacientes fossem parte integrante do programa do Centro de Cancro Infantil do Hospital Infantil da Filadélfia.

Esse compromisso levou ao estabelecimento da primeira Ronald McDonald House na Filadélfia em 1974, uma iniciativa que contou com o apoio dos Philadelphia Eagles e da McDonald’s. A casa oferecia hospedagem e outros serviços para famílias que viajavam para longe das suas casas de forma a que os seus filhos pudessem fazer tratamentos no Centro de Cancro Infantil do Hospital Infantil da Filadélfia. A casa tornou-se um modelo para mais de 375 outras Ronald McDonald Houses em 45 países e regiões.

Audrey Evans recebeu o seu diploma de medicina do Royal College of Surgeons em Edimburgo, na Escócia, e completou residências no Hospital Infantil de Boston, na Universidade Johns Hopkins, no Royal Infirmary Teaching Hospital e na Universidade de Chicago.

Na maior parte do tempo, Audrey foi a única mulher da sua turma.

Depois de mais de duas décadas como Presidente do Centro de Cancro Infantil do Hospital Infantil da Filadélfia, Audrey retirou-se em 1989 e passou a dedicar-se inteiramente ao estudo do neuroblastoma nos laboratórios da instituição, durante mais 20 anos.

Ao longo dos anos, Audrey Evans recebeu vários prémios, incluindo o Distinguished Career Award da American Society of Pediatric Hematology/Oncology e o William Osler Patient Oriented Research Award da Universidade da Pensilvânia.

Mais recentemente, esta mulher foi galardoada com o Lifetime Achievement Award da Advances in Neuroblastoma Research Association.

Fonte: Philly Voice

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