Ao reunir a maior corte de tumores amplificados por MYC alguma vez estudada – proveniente de mais de 1600 casos – dois estudos que tiveram início em 2015, publicados na revista Neuro-Oncology, deram aos investigadores dados essenciais para ajudar a orientar diagnósticos e adequar tratamentos de várias crianças.
O meduloblastoma é um dos tumores cerebrais malignos mais comuns do cancro pediátrico e é responsável por cerca de 5 a 10% das mortes por cancro. Os do grupo 3 são tumores que afetam, principalmente, crianças pequenas, causados pela presença do gene MYC.
“Os meduloblastomas com amplificações do gene MYC são um dos maiores desafios em oncologia pediátrica. São urgentes e necessárias novas terapias para tratar estes tumores, mas o seu desenvolvimento tem sido lento. No nosso novo artigo, falamos da descoberta de que estes dependem de uma via metabólica crítica – a via de síntese da serina e glicina – para o seu crescimento e desenvolvimento, e percebemos que conseguimos analisar o abrandar do crescimento do tumor utilizando fármacos inibidores da PHGDH em modelos experimentais”, afirma Steve Clifford, Diretor do Centro de Cancro da Universidade de Newcastle (Reino Unido), e do programa de investigação INSTINCT.
Este programa, cujo objetivo é identificar as principais alterações genéticas e encontrar abordagens eficazes para o tratamento do meduloblastoma do grupo 3, possibilita a descoberta de tratamentos mais individualizados, maior taxa de sobrevivência, efeitos secundários menos graves a longo prazo e uma melhor qualidade de vida.
Ed Schwalbe, Professor de Bioinformática e Bioestatística da Universidade de Northumbria (Newcastle, Reino Unido) que dirigiu a primeira parte do estudo INSTINCT, refere: compreender que as crianças com meduloblastomas MYC têm resultados diferentes ajuda-nos a selecionar os melhores tratamentos”. Já Magretta Adiamah, uma investigadora de pós-doutoramento em desenvolvimento, que liderou a segunda parte do estudo, acrescenta: “O nosso estudo abre a possibilidade de atacar o meduloblastoma MYC através de uma vulnerabilidade metabólica criada pelo próprio. É promissor que possamos visar seletivamente o meduloblastoma MYC, compreendendo o que é necessário para crescer de forma tão agressiva”.
Os estudos foram financiados por várias organizações do Reino Unido: Children with Cancer UK, Cancer Research UK, The Brain Tumor Charity, Great Ormond Street Hospital Charity, Blue Skye Thinking e Little Hero.
Fonte: News Medical Life Sciences