O neuroblastoma é uma forma rara de tumor maligno que afeta principalmente crianças com menos de 6 anos de idade.
Agora, cientistas da Universidade de Vienna, na Áustria, descobriram, através da sequenciação do genoma, que a proteína ALK e o gene cancerígeno PIM1 estão envolvidos no desenvolvimento deste tumor.
O estudo constatou que um tratamento direcionado neuroblastoma, usando um inibidor de ALK em combinação com um inibidor de PIM1, pode aumentar a probabilidade de sobrevivência de crianças com prognóstico desfavorável.
Um dos tipos mais comuns e letais de cancro infantil é o neuroblastoma, um tumor do sistema nervoso periférico; 10% de todos os casos diagnosticados com cancro infantil são de neuroblastoma, sendo que crianças com menos de 6 anos de idade correspondem a 90% dos afetados pela doença.
O curso da doença pode diferir bastante, dependendo do quadro clínico e da mutação genética das células cancerígenas; por exemplo, o tumor pode regredir espontaneamente, mas, da mesma forma, também existem casos em que ocorre o processo de metastização e de recidiva.
O tratamento padrão usado atualmente envolve cirurgia, quimioterapia de altas doses e / ou radioterapia; ainda assim, em caso de recidiva, as taxas de sobrevivência a 5 anos são bastante diminutas.
Há já algum tempo que a equipa, liderada pelo patologista molecular Lukas Kenner, estuda uma proteína específica, a linfoquinase anaplásica ALK, em relação ao desenvolvimento de neuroblastoma em crianças.
Os cientistas verificaram que esta proteína sofreu uma mutação em aproximadamente 14% dos pacientes jovens. Pequenos inibidores moleculares da ALK, que já são aprovados para o tratamento do cancro do pulmão com ALK positivo, estão atualmente a passar por ensaios clínicos em pacientes com neuroblastoma com o gene ALK mutado.
Estudos pré-clínicos confirmaram a eficácia terapêutica, mas alguns tumores desenvolveram resistência aos inibidores da ALK.
Os estudos estão, portanto, focados no desenvolvimento de novas opções de tratamento com base na biologia molecular.
Atualmente estão a ser exploradas estruturas moleculares que são essenciais para o desenvolvimento de tumores; juntamente com uma equipa do Hospital Universitário de Addenbrooke, no Reino Unido, a equipa de Lukas Kenner testou o efeito terapêutico dos inibidores das mutações da ALK em crianças com neuroblastoma recidivado.
O sequenciação do genoma desses pacientes revelou que o gene PIM1 também é ativado no neuroblastoma. Uma nova possível abordagem terapêutica pode residir na desativação dessa proteína e isso pode ser feito usando uma terapia direcionada cancro, na forma de administração combinada de inibidores de ALK e PIM1.
Fonte: Eurekalert