Um estudo realizado na Coreia do Sul sugere que bebés com certas anomalias cardíacas congénitas podem ter um risco mais elevado de desenvolver cancro pediátrico, sobretudo em casos mais complexos. A investigação, publicada na revista Circulation da American Heart Association (EUA), analisou mais de 3,5 milhões de nascimentos entre 2005 e 2019 e destaca a importância de acompanhar de forma cuidada estas crianças e as suas famílias.
O estudo identificou uma ligação entre algumas anomalias estruturais do coração — como defeitos em válvulas ou vasos sanguíneos — e um risco aumentado de cancro, nomeadamente leucemia e linfoma não-Hodgkin. Entre os bebés com cardiopatias congénitas consideradas mais graves, o risco de cancro duplicava em comparação com crianças sem alterações cardíacas.
No entanto, os especialistas sublinham que não estamos perante um risco generalizado para todos os bebés com malformações cardíacas. Os investigadores alertam que é necessário aprofundar este tema com mais estudos, nomeadamente, para compreender o papel de possíveis fatores genéticos partilhados entre mãe e filho. Isto porque o estudo também identificou um risco ligeiramente superior de cancro nas mães destes bebés ao longo dos 10 anos seguintes ao parto.
Apesar de ter sido conduzido na Coreia do Sul, os autores acreditam que os resultados poderão ser relevantes noutras populações.
Esta investigação reforça a importância de vigilância contínua, acompanhamento multidisciplinar e cuidados individualizados para recém-nascidos com cardiopatias congénitas e para as suas famílias. Também abre caminho para novas perguntas sobre como a genética e os fatores ambientais podem cruzar-se no desenvolvimento de doenças complexas como o cancro e as doenças cardíacas.
Por agora, não há motivo para alarme, mas sim uma chamada de atenção para a importância do acompanhamento clínico atento nestes casos.
Fonte: Health News