Estatísticas relativas ao cancro infantil na África subsaariana foram recentemente publicadas na Ecancermedicalscience, facto que permitiu aos investigadores e aos formuladores de políticas terem uma visão crítica sobre o impacto da doença nesta região.
No continente africano, apenas a África do Sul opera um registo de cancro pediátrico; este novo estudo reuniu dados de 16 registos menores, recolhendo esse conhecimento disperso pela primeira vez e apresentando-o num formato acessível.
Examinar os dados em contexto permitiu aos investigadores observar tendências importantes, como em Blantyre, a segunda maior cidade do Malawi. Em Blantyre, o risco acumulado de uma criança que desenvolve o linfoma de Burkitt, um tipo raro de cancro dp sangue, é de um em cada mil. Os autores do estudo consideram essa incidência “notável”.
A comunidade de pesquisa global não está, em grande parte, familiarizada com esta realidade, o que é extremamente preocupante pois, segundo a autora do estudo, a médica Cristina Stefan, líder clínica global em oncologia da Roche Diagnostics, “tudo começa com consciência”.
Para Cristina Stefan, é “altamente necessário divulgar estes dados, que no momento representam a melhor imagem da doença maligna em crianças nas respetivas regiões”.
Os dados foram publicados sob forma de monografia que, segundo os investigadores, pode ajudar os colegas a aprenderem que os padrões e a distribuição dos cancros em África são totalmente diferentes da Europa e que há necessidade de mais pesquisas sobre os papéis de fatores como predisposições genéticas e a influência de infeções e outras comorbidades na evolução do cancro.
Os autores esperam que o trabalho abra as portas para futuras discussões e que seja referenciado para uma melhor compreensão do cancro pediátrico em África e usado para melhorar as hipóteses de cura destas crianças.
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