Estudo de fase inicial demonstra redução de tumores neurais pediátricos

Um ensaio clínico em fase inicial de um novo fármaco oral, o selumetinib, revela que crianças com neurofibromatose tipo 1 (NF1) e neurofibromas plexiformes, tumores dos nervos periféricos, toleraram bem o composto e, na maioria dos casos, observaram uma redução do tumor.
Os resultados do estudo multicêntrico de fase I foram publicados no New England Journal of Medicine. O ensaio clínico, que incluiu 24 pacientes, foi conduzido por Brigitte C. Widemann, do Instituto Nacional de Cancro norte-americano (NCI) e patrocinado pelo Programa de Avaliação de Terapias de Cancro do NCI. 
Os neurofibromas plexiformes desenvolvem-se em até 50% das pessoas com NF1. A maioria destes tumores, que podem causar dor, deficiência e alguns sinais de desfiguração, são diagnosticados na primeira infância e crescem mais rapidamente antes da adolescência. A remoção cirúrgica completa dos tumores é raramente viável e tumores incompletamente erradicados tendem a voltar a crescer.
O objetivo principal deste ensaio clínico foi avaliar a toxicidade e a segurança do selumetinib em pacientes com NF1 e neurofibromas plexiformes inoperáveis, tendo concluído que os efeitos tóxicos relacionados com o selumetinib foram leves. 
Atualmente, não há terapêuticas eficazes para os neurofibromas plexiformes grandes relacionados com NF1, mas neste ensaio foram observadas respostas parciais, ou seja, uma redução de 20% ou mais no volume tumoral em mais de 70% dos doentes.
As respostas foram observadas em tumores que anteriormente cresciam a uma taxa superior a 20% por ano, bem como em lesões não progressivas. A redução do tumor manteve-se a longo prazo, durante aproximadamente dois anos.
Além disso, foram observadas melhorias clínicas, como diminuição da dor relacionada com o tumor, melhoria da função motora e diminuição da desfiguração.
O selumetinib da AstraZeneca é um inibidor seletivo da proteína MEK, parte da complexa rede de vias de sinalização RAS. O fármaco mostrou atividade em alguns cancros avançados, mas ainda não foi aprovado pelo regulador de saúde norte-americano (FDA) para utilização nos Estados Unidos. 
As 24 crianças (11 meninas, 13 meninos) foram inscritas no ensaio em setembro de 2011. Duas doses diárias do medicamento foram tomadas continuamente, durante uma mediana de ciclos de tratamento de 30 meses. A maioria dos pacientes mantém a terapia, alguns por até cinco anos, e o tratamento de longo prazo não teve nenhum efeito adverso no seu desenvolvimento ou na saúde geral.
Os pesquisadores acreditam que estudos adicionais são agora necessários para caraterizar tumores que já não respondem ao selumetinib. 
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