Estudo da FMUP considera que equipas médicas “têm dificuldade em reconhecer proximidade da morte”

Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) concluiu que as equipas de saúde apresentam dificuldades em evitar intervenções médicas que consideram não trazer vantagem clínica para os pacientes por não reconhecerem a proximidade da morte.
A conclusão surge de um dos 104 estudos desenvolvidos no âmbito do Mestrado em Cuidados Paliativos na FMUP que avaliou uma amostra de 31 pacientes internados num Serviço de Medicina Interna de um dos maiores hospitais portugueses.
A pesquisa, liderada por Elisabete Delgado, conclui que, nas últimas 72 horas de vida, 84% dos pacientes tinham antibióticos prescritos, 77% cento realizaram análises sanguíneas, 61% fizeram gasometrias e 19% foram submetidos à colocação de cateter venoso central.
Para Elisabete Delgado, “reconhecer que o doente se encontra numa fase em fim de vida é difícil, mas fundamental para a prestação de cuidados adequados à situação em que se encontra”.
 
Numa altura em que a esperança média de vida aumentou significativamente e que os progressos da medicina levaram a um aumento das doenças sem perspetiva de regressão, a autora sublinha que os Cuidados Paliativos assumem-se como uma área de relevância emergente nos países desenvolvidos, porque preconizam uma série de cuidados que têm como objetivo preservar a dignidade da pessoa doente e proporcionar-lhe o máximo de qualidade de vida na fase terminal, destaca a pesquisa.
O estudo concluiu ainda que a decisão de adotar medidas de conforto, na maior parte das vezes, só foi tomada num momento muito próximo da morte.
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