Estudo da Acreditar revela aumento de despesas com tratamento de cancro infantil

Graças a uma ação da Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro – a Assembleia da República aprovou novas recomendações ao Governo.

As recomendações partiram dos partidos CDS, PSD, PAN, PCP e BE, e pretendem assegurar um maior apoio e proteção a menores que sofram com doenças oncológicos e dos seus cuidadores.

Anualmente, estima-se que sejam diagnosticadas com cancro cerca de 400 crianças e jovens em idade pediátrica, em Portugal. Segundo a associação, os principais desafios para as famílias centram-se na forma de lidar com a doença e nos custos financeiros que esta acarreta.

De acordo com um estudo solicitado pela Acreditar, intitulado “Levantamento de Problemas em Oncologia Pediátrica”, existe um aumento mensal das despesas destas famílias na ordem dos 254 euros. Em alimentação, deslocações e gastos com medicação, por ano, o valor representa um aumento de 3 048 euros.

A acrescentar a este aumento de despesas, existe ainda, normalmente, um decréscimo nas receitas mensais na ordem dos €285; esta diminuição prende-se com a baixa dos pais (45%) ou com o desemprego (14%). Somadas as contas e com a diminuição do rendimento mensal e o aumento das despesas, no final do ano o saldo é de uma despesa de 6 468 euros.

Cerca de 48% dos inquiridos queixou-se da falta de apoio escolar e do ensino especial, da falta de apoio psicológico (40,8%) e da falta de direito a ter um segundo cuidador.

Neste aspeto, o estudo mostrou que quase 90% dos participantes considera que um segundo cuidador deve ter direito a uma licença de 30 dias seguidos ou divididos por dois períodos a partir do início da doença, sem perder o vencimento.

A insuficiência de benefícios sociais e a falta de apoio psicológico aos cuidadores, e restantes membros da família, foram outros dos aspetos apontados.

Ainda antes de serem aprovadas as recomendações, a Acreditar considerava que, apesar do avanço nas medidas, continuavam a existir lacunas em questões de grande relevância, como a “concessão de um período de licença com mínimo de 30 dias seguido por morte do filho, atribuído ao pai e à mãe, sem perda de vencimento e de antiguidade, e direito ao subsídio de morte”, ou a redução de trabalho, sem perda salarial, para os pais dos doentes oncológicos.

Atualmente, o cancro infantil é a principal causa de morte em crianças com idade superior a um ano. Ainda que a taxa de sobrevivência seja de aproximadamente 80%, é expectável que se venha a registar um aumento da incidência da doença nos próximos anos.

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