Os exames F-18 FDG-PET/MRI sem o uso de agente de contraste devem ser a melhor escolha para a obtenção de imagens de crianças que sofrem de linfoma, de acordo com um estudo alemão apresentado na última Reunião Anual da Sociedade de Radiologia da América do Norte (RSNA, na sigla em inglês), nos Estados Unidos.
O médico e investigador Nils-Martin Bruckmann, do Hospital Universitário de Düsseldorf, na Alemanha, avaliou exames de FDG-PET/MRI com e sem o uso de um agente de contraste em crianças com a doença recém-diagnosticada. Os autores do estudo descobriram que o agente de contraste utilizado neste tipo de exame não fez diferença no diagnóstico.
“O uso de agentes de contraste de ressonância magnética em exames F-18 FDG-PET/MRI não traz nenhum benefício positivo adicional para a identificação do estadiamento primário e de acompanhamento de pacientes pediátricos com linfoma”, afirmou.
Os linfomas representam aproximadamente 15% de todas as doenças tumorais em crianças e os exames de imagem desempenham um papel fundamental na definição do estadiamento do tumor para planear os tratamentos. Embora os agentes de contraste usados nos exames F-18 FDG-PET/MRI possam ajudar a melhorar a qualidade da imagem, eles estão associados a eventos adversos, como reações alérgicas, e essas reações são especialmente preocupantes em pacientes pediátricos sensíveis, destacou Bruckmann.
Para fornecer evidências sobre se o uso desses agentes é necessário em crianças, os cientistas inscreveram uma coorte de 32 pacientes pediátricos com idades entre os sete e os 20 anos que foram submetidos a 105 exames com e sem agentes de contraste. O linfoma esteve presente em 65 dos 105 (62%) exames.
Os pacientes foram submetidos a exames F-18 FDG-PET/MRI compreendendo imagens ponderadas em T2 e/ou T1 sem contraste e imagens ponderadas em difusão (PET/MRI-1) ou exames PET/MRI compreendendo uma sequência T1w com contraste adicional (PET/ressonância magnética-2). Todos os conjuntos de dados foram analisados por dois especialistas ao nível de paciente e região, com acompanhamento e exames prévios, bem como histopatologia servindo como padrão de referência.
De acordo com os resultados, o PET/MRI-1 e o PET/MRI-2 determinaram o estágio correto do tumor para 90 dos 105 tumores (86%). E com base numa análise baseada na região, ambos também identificaram corretamente 119 das 127 (94%) regiões afetadas pelo linfoma.
Além disso, a sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo e acurácia diagnóstica para PET/MRI-1 e PET/MRI-2 foram os mesmos.
“Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os protocolos de leitura PET/MRI-1 e PET/MRI-2”, disse Bruckmann.
Em última análise, o F-18 FDG-PET/MRI é cada vez mais aceito para estadiamento de pacientes com linfoma e o presente estudo confirma ainda mais a viabilidade e alta precisão diagnóstica deste em pacientes pediátricos com linfoma, afirmou Bruckmann.
“A mudança para um protocolo F-18 FDG-PET/MRI sem agente de contraste também deve ser discutida em todos os pacientes pediátricos com linfoma”, concluiu o investigador.
Fonte: Auntminnie europe