Estudo confirma que sobreviventes de cancro na infância precisam de melhor acompanhamento

Menos de metade dos sobreviventes adultos de cancro infantil, que continuam em maior risco de doenças crónicas, recebem cuidados adequados de acompanhamento de longo prazo, segundo as conclusões de uma pesquisa do Instituto Nacional do Cancro norte-americano.
A pesquisa de cientistas do Instituto de Cancro Roswell Park foi publicada no Journal of Adolescent and Young Adult Oncology.
“A grande maioria dos sobreviventes de cancro na infância vivem, pelo menos, uma condição de saúde crónica nos anos seguintes ao seu diagnóstico”, disse a primeira autora do estudo, Denise Rokitka. 
“A vigilância de complicações de longo prazo permite-nos diagnosticar e gerir melhor as condições de saúde crónicas em sobreviventes de cancro infantil e pode melhorar a sua qualidade de vida. O acompanhamento especializado é essencial para a saúde dos sobreviventes”, reforça ainda a autora.
O estudo examinou registos de acompanhamento de 370 adultos que sobreviveram a um cancro na infância. Nove dos dez pacientes continuaram a receber cuidados de seguimento um a cinco anos após o tratamento, mas o número caiu para 68,5% ao fim de seis a dez anos e diminuiu para 47,7% ao fim de 11 a 15 anos, tendo continuado a diminuir com o tempo.
Estudos anteriores descobriram que apenas 17,8% das crianças diagnosticadas com cancro recebem “cuidados focados no sobrevivente”, disse o hospital de Buffalo num comunicado de imprensa. 
O acompanhamento inclui falar com o doente sobre os riscos relacionados com a terapia de cancro, rastreios e estratégias para reduzir riscos. Além disso, apenas 14,6% dos pacientes receberam cuidados num centro de cancro, apesar das evidências de que muitos médicos dos cuidados de saúde primários não têm conhecimento suficiente para tratar adequadamente as complicações entre os sobreviventes da infância.
“Estas descobertas são preocupantes, porque a incidência de doenças crónicas relacionadas com a terapia de cancro aumenta à medida que os sobreviventes envelhecem”, disse Martin Mahoney, autor sénior do estudo e professor de oncologia no Departamento de Medicina do Roswell Park. 
“Intervenções focadas em educar os pacientes e os seus médicos dos cuidados de saúde primários podem ajudar a aumentar os cuidados de acompanhamento de longo prazo para esta população de risco”.
A pesquisa foi apoiada, em parte, pela Fundação Roswell Park Alliance.
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