Em sobreviventes de longo prazo de cancro infantil, a doença cardiovascular é uma das principais causas de morte precoce por causas não oncológicas.
Num novo estudo, publicado na revista JAMA Oncology, investigadores compararam quatro fármacos quimioterápicos com o desenvolvimento de cardiomiopatia (músculo cardíaco anormal com função prejudicada) anos após o tratamento.
“A exposição a quimioterapias antraciclinas, como a doxorrubicina, tem sido associada a um risco aumentado de doença cardiovascular em sobreviventes de cancro infantil de longa duração”, disse Gregory Aune, investigador da Universidade do Texas, nos Estados Unidos.
“Anteriormente, supunha-se que a exposição a qualquer membro da classe das antraciclinas apresentava o mesmo risco de complicações cardiovasculares tardias. Mas, ao estudarmos os resultados de mais de 28 mil sobreviventes de longo prazo, quer nos Estados Unidos, quer na Europa, percebemos que a exposição a diferentes tipos de antraciclinas resulta em riscos cardiovasculares variáveis a longo prazo”
“No futuro, será importante levar em conta essas diferenças ao rastrear sobreviventes de longo prazo para complicações cardiovasculares e no desenvolvimento de regimes de tratamentos modernos”, afirmou o cientista.
O fármaco daunorrubicina foi associado à diminuição do risco de cardiomiopatia quando comparado com o fármaco doxorrubicina.
Já a mitoxantrona, outro tipo de quimioterapia, parece ter um maior risco de cardiomiopatia a longo prazo do que o estimado anteriormente.
“Nas últimas décadas, estivemos focados na elaboração de combinações de fármacos que funcionassem melhor para curar os pacientes”, explicou Gail Tomlinson, também da Universidade do Texas.
“Este tem sido um processo altamente bem sucedido, com um aumento substancial na sobrevivência na maioria dos tipos de cancro. Mas agora, com tantos sobreviventes vivos há muitos anos, é imperativo ajustar protocolos baseados no objetivo de minimizar os efeitos secundários tardios.”
Fonte: Medical Xpress