Cientistas da Universidade de Sorbonne e do Instituto Pasteur, em França, estudaram os efeitos da quimioterapia no cérebro após a realização de um transplante de células estaminais derivadas da medula óssea. A investigação foi publicada na revista Nature Medicine.
Segundo explicaram os cientistas, antes das células estaminais derivadas da medula óssea serem transplantadas, os doentes são submetidos a quimioterapia para destruir as células imunitárias e assim evitar que as células transplantadas sejam rejeitadas pelo organismo. Contudo, até agora, pouco se sabia sobre os efeitos deste tratamento no cérebro.
Esta investigação mostrou, através de modelos animais, que a quimioterapia pré-transplante facilitou a substituição da célula imunitária inata do cérebro, a microglia, por outras células imunitárias derivadas das células estaminais transplantadas, os macrófagos.
Os dados apurados revelaram que, após a quimioterapia com busulfan, as células da microglia perdem a sua capacidade regenerativa, sendo que muitas destas morrem por senescência. No entanto, este processo não é prejudicial para o cérebro, uma vez que, após o transplante, as células são rapidamente substituídas por células derivadas da medula óssea.
As células da microglia eliminadas pela quimioterapia busulfan deixam nichos vazios no cérebro que são rapidamente preenchidos por macrófagos derivados da medula óssea que adotam então a morfologia e o comportamento normal da microglia, disseram os investigadores.
No futuro, o objetivo é verificar se estes macrófagos adotam todas as propriedades das células microgliais endógenas no cérebro, avançaram os cientistas.
Fonte: MedicalXpress