O diagnóstico de cancro em crianças com defeitos congénitos

Crianças com defeitos congénitos têm um risco aumentado de serem diagnosticadas com cancro, de acordo com um recente estudo.

No entanto, esta investigação não avaliou se o tipo de cancro, a idade do diagnóstico ou a extensão das metástases no momento do diagnóstico são diferentes para crianças com defeitos congénitos em comparação com crianças sem defeitos congénitos.

Neste estudo, realizado pela Faculdade de Medicina Baylor e pelo Hospital Infantil do Texas, nos Esatados Unidos, os investigadores compararam cerca de 13 mil crianças com cancro, mas sem defeitos congénitos, com quase 1 600 crianças com cancro com um, ou mais, defeitos congénitos.

Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Cancer.

“Investigámos 28 tipos diferentes de cancro através da análise de dados de registos populacionais em quatro estados dos Estados Unidos; para oito tipos de cancro, observámos diferenças nas frequências desses tipos de cancro ao compararmos crianças com defeitos congénitos e crianças sem esses defeitos”, disse Jeremy Schraw, o autor principal do estudo.

O grupo de crianças com defeitos congénitos neste estudo não incluiu aquelas com síndromes causadas por alterações cromossómicas ou monogénicas, como a síndrome de Down ou a neurofibromatose, cujo aumento do risco de cancro foi estudado anteriormente.

Os investigadores descobriram que a leucemia linfoblástica aguda, o cancro infantil mais comum na população pediátrica em geral (24,5%), constituía uma proporção menor de diagnósticos (12,4%) em crianças com defeitos congénitos.

Por outro lado, entre as crianças com defeitos congénitos, foram observadas proporções maiores de tumores de origem embrionária, incluindo neuroblastoma (12,5% vs. 8,2%) e hepatoblastoma (5% vs. 1,3%).

Em relação à idade do diagnóstico, os cientistas descobriram que a maioria desses cancros foi diagnosticada 1 a 2 anos antes em crianças com defeitos congénitos do que em crianças sem.

Os investigadores também analisaram o estadio do cancro na altura do diagnóstico para abordar a possibilidade de este ter sido diagnosticado mais cedo em crianças com defeitos congénitos, o resultado de estas crianças receberem mais atenção médica devido à sua condição e, durante os exames, o cancro foi encontrado de forma “acidental”.

Se esse fosse o caso, os cientistas esperavam que os cancros em crianças com defeitos congénitos estivessem mais frequentemente no estadio inicial do diagnóstico do que os cancros na população pediátrica em geral.

“Quando analisámos o estadio do cancro na altura do diagnóstico, descobrimos que, na maioria das vezes, não havia tendência para o estadio inicial do diagnóstico em crianças com defeitos congénitos. Isso sugere que o aumento da vigilância médica, por si só, não explica a idade mais precoce do diagnóstico em crianças com defeitos congénitos”.

Os cientistas acreditam que esta pesquisa pode servir como base para estudos futuros que ajudem a entender melhor o risco de cancro em crianças com defeitos congénitos.

“No entanto, deve-se notar que, embora as crianças com defeitos congénitos tenham uma maior probabilidade de desenvolver cancro, o risco geral permanece baixo”.

Fonte: Big News Network

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