Um estudo recente indica que alguns profissionais de saúde não promovem mudanças saudáveis no estilo de vida de sobreviventes de cancro.
Publicados na revista CANCER, os resultados do estudo podem servir com um alerta, uma vez que a manutenção de um estilo de vida saudável é especialmente importante para o bem-estar a longo prazo destes sobreviventes, que enfrentam riscos aumentados de doenças cardiovasculares e outras condições.
Atualmente, as diretrizes aconselham os profissionais de saúde, incluindo oncologistas, a encorajar sobreviventes de cancro a adotar estilos de vida saudáveis, de forma a que a sua saúde a longo prazo seja protegida.
Para investigar até que ponto os médicos seguem essas recomendações, uma equipa da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, analisou 91 médicos: 30 médicos de cuidados primários, 30 oncologistas e 31 especialistas em áreas como a urologia ou a ginecologia.
Entre os médicos de cuidados primários, 90% relataram recomendar a promoção de hábitos saudáveis, como a perda de peso e a cessação do tabagismo, para, pelo menos, alguns sobreviventes de câncer.
No entanto, apenas 26,7% dos oncologistas e 9,7% dos especialistas relataram fazer o mesmo.
Os oncologistas expressaram ter receio de que a promoção de mudanças saudáveis no estilo de vida afligisse ou sobrecarregasse os pacientes.
Os profissionais também confessaram que, muitas vezes, não têm o tempo ou o treino necessários para fazer tais recomendações; a maioria dos médicos acreditava que, pelo menos metade dos sobreviventes, tomaria os medicamentos de forma adequada.
“Embora os oncologistas acreditem que os sobreviventes de cancro devem adotar um estilo de vida saudável, eles não têm condições para acompanhar mais do que o tratamento oncológico, afinal é essa a sua especialidade”, disseram os cientistas.
“Acreditamos que deve ser criado um regime de cuidados de sobrevivência, que inclua profissionais de saúde treinados em nutrição, atividade física e coaching comportamental. Esse programa pode, e deve ser elaborado com a participação de oncologistas, de forma a que seja oferecido aos sobreviventes um melhor apoio possível”.
Fonte: Eurekalert