Os médicos oncologistas pediátricos nos Estados Unidos lançaram recentemente um alerta sobre a crescente escassez de medicamentos usados nos tratamentos de quimioterapia dirigidos para as crianças que sofrem com doença oncológica no país.
A administração do presidente norte-americano Joe Biden já tomou medidas para enfrentar a crise, em alguns casos com sucesso: os médicos dizem que a escassez de dois medicamentos contra o cancro, a carboplatina e a cisplatina, diminuiu significativamente nas últimas semanas.
No entanto, relatórios de hospitais infantis em todo o país apontam para problemas de fornecimento de dois outros medicamentos quimioterápicos que são normalmente utilizados para tratar cancros pediátricos: vinblastina e dacarbazina. Outro fármaco quimioterápico também frequentemente usado em crianças, o metotrexato, está em falta desde março nos Estados Unidos e ainda é difícil de o obter atualmente.
Os três fármacos em causa são usados no tratamento de vários tipos de cancro, mas, em crianças, a vinblastina e a dacarbazina são mais comummente utilizadas para tratar o linfoma de Hodgkin. Já o metotrexato é o medicamento mais indicado para a leucemia linfoblástica aguda, o tipo de cancro mais comum em crianças.
Os problemas de abastecimento significam que os médicos devem substituir os medicamentos por alternativas menos eficazes ou adiar o tratamento até que os fármacos estejam novamente disponíveis.
“É devastador”, disse o Dr. Doug Hawkins, presidente do Children’s Oncology Group, uma organização de investigação de cancro pediátrico nos Estados Unidos.
A Dra. Tara Henderson, diretora de Hematologia e Oncologia Pediátrica da UChicago Medicine, disse que, após uma melhoria de curta duração no fornecimento de metotrexato, a disponibilidade do medicamento está a ser novamente afetada.
O metotrexato é um “medicamento de base” para tratar a leucemia, que tem uma taxa de cura de mais de 90% quando os tratamentos padrão estão disponíveis, afirmou.
“Estamos a lidar com crianças com cancro com doenças curáveis e talvez não tenhamos as ferramentas para as curar”, advertiu Henderson.
Resolver o problema da escassez desses medicamentos “deveria ser uma prioridade nacional”, rematou a especialista.
Fonte: NBC News