No Reino Unido, o Serviço Nacional de Saúde (NHS) oferece a todas as crianças com cancro pediátrico a possibilidade de realizarem um sequenciamento genómico completo (WGS), uma ferramenta essencial para o diagnóstico e tratamento personalizados. No entanto, desde a implementação desta iniciativa em 2021, o seu uso ainda não é uniforme em todas as unidades hospitalares pediátricas, o que levanta questões de equidade no acesso.
Para compreender as barreiras que dificultam a utilização do WGS, especialistas de diversas instituições reuniram-se num workshop organizado pelo Wellcome Sanger Institute, Wellcome Connecting Science, CRUK Cambridge Center Pediatric Cancer Program, Universidade de Cambridge (Reino Unido) e NHS East Genomics. As conclusões do encontro foram agora publicadas na revista BMC Medical Education.
Os especialistas identificaram a necessidade de formação especializada para profissionais de saúde, incluindo:
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- Melhor compreensão do processo de solicitação do WGS dentro dos diferentes serviços do NHS.
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- Sensibilização para a importância do WGS na gestão clínica, no tratamento e na investigação do cancro pediátrico.
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- Formação sobre consentimento informado, comunicação de resultados às famílias e gestão de potenciais variantes genéticas herdadas.
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- Maior conhecimento sobre a ligação entre o WGS e oportunidades de ensaios clínicos.
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Além disso, a criação do Cancer Genomic Improvement Program ajudará a reduzir os tempos de resposta para testes genéticos em tumores sólidos e hemato-oncologia.
Garantir o acesso equitativo ao WGS
Os especialistas reforçam que o WGS é uma ferramenta essencial para um diagnóstico mais preciso e tratamentos personalizados, melhorando os cuidados prestados às crianças com cancro pediátrico. Contudo, o acesso continua desigual, sendo fundamental ultrapassar barreiras administrativas e de formação.
“Este teste genético é um grande exemplo de como a genómica pode ajudar a melhorar os cuidados individualizados. É essencial garantir que todas as crianças diagnosticadas com cancro tenham acesso a esta tecnologia”, afirmou Sam Behjati, um dos especialistas envolvidos no estudo.
A equipa do NHS East Genomics já acumulou experiência na análise de genomas completos de crianças com cancro pediátrico e está empenhada em partilhar conhecimento para que mais profissionais possam utilizar esta ferramenta nos seus hospitais.
Fonte: Medical Express