Especialistas exigem Plano Nacional para as Doenças Raras

A Conferência “Doenças Raras Sem Fronteiras – Realidade Nacional e Europeia” debateu recentemente as divergências de tratamento entre doenças e até na mesma doença, o desconhecimento por parte dos médicos, a falta de equidade no acesso a tratamentos e as enormes dificuldades nesse acesso.
A iniciativa juntou diversos especialistas que abordaram a necessidade urgente de implementar o Plano Nacional para as Doenças Raras – aprovado em 2008 mas ainda não implementado cinco anos depois. 
Do debate realizado durante a Conferência, destacam-se claramente a necessidade da urgente implementação do Plano Nacional das Doenças Raras, e consequentemente do cartão de doente raro, e a criação de Centros de Referência que permitam reunir equipas multidisciplinares, especialmente vocacionadas para o diagnóstico e tratamento destas doenças, pois a falta de conhecimentos científicos e médicos eficazes leva a que muitos doentes nunca sejam diagnosticados, permanecendo as suas doenças por identificar. 
Ainda no âmbito da Conferência, Jorge Sequeiros, coordenador da ORPHANET-Portugal, anunciou o lançamento a nível europeu, em primeira mão, da brochura “Testes Genéticos para efeitos de Saúde”, produzida pelo Conselho da Europa e que se debruça sobre as situações em que se prevê o uso de testes genéticos, o aconselhamento genético profissional, o que se deve procurar com estes testes e o peso da decisão de se submeter a este tipo de testes. 
Este é um tema de grande importância para os portadores de doenças raras, pois a grande maioria destas doenças são de origem genética. Portugal é o primeiro país onde esta publicação será publicada.
Desde a sua criação, o Dia das Doenças Raras e toda a discussão que foi possível gerar em torno das suas problemáticas, já contribuiu para enormes avanços a nível das políticas da UE sobre doenças Raras e à criação e implementação de Planos Nacionais para as Doenças Raras em muitos estados membros.
Jorge Sequeiros lembrou que não é por serem raros que são poucos os doentes afetados por doenças raras, estimando-se que 4% da população seja afetada pelas cerca de sete mil doenças já identificadas, sofrendo na pele todas as dificuldades acrescidas de serem portadoras de doenças pouco conhecidas ou não identificadas, a maioria delas altamente debilitantes. 
“Estes doentes são os órfãos dos sistemas de saúde e enfrentam na sua vida diária enormes dificuldades na procura de diagnóstico, informação relevante e orientação adequada para profissionais qualificados, mas também no acesso a cuidados de saúde de qualidade, apoio social e médico, ligações efetivas entre os Hospitais e Centros de Saúde, bem como na integração profissional e social, cada vez mais premente na vida destes doentes e suas famílias”, refere um comunicado.
A ação foi promovida pela Aliança Portuguesa de Associações das Doenças Raras em parceria com a ORPHANET-Portugal no âmbito do 6.º Dia Mundial das Doenças Raras, que teve lugar no IBMC, no Porto, no passado dia 23 de fevereiro.
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