A aprovação de alguns medicamentos de tratamento de tipos de cancro raros nos Estados Unidos tem vindo a assumir-se como uma preocupação crescente entre especialistas, que questionam, em alguns casos, a segurança e eficácia dos mesmos, por entenderem que compromete os benefícios do tratamento e põem em causa os efeitos benéficos nos doentes tratados.
Especialistas da Escola de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, afirmam que os Estados Unidos têm dado luz verde a alguns medicamentos vulgarmente designados por fármacos órfãos, usados para tratar doenças que afectam menos de 200 mil doentes, com base em testes clínicos de baixa qualidade e segurança.
As conclusões apuradas surgiram de um estudo recente onde foram analisados dados relativos à qualidade dos ensaios clínicos de 15 medicamentos órfãos e 12 não órfãos. Os cientistas concluem que a resposta do organismo de doentes tratados com fármacos órfãos era, em média, significativamente menos positiva em comparação com outros ensaios, além de ter sido apurado um maior número de efeitos secundários graves.
Apesar das preocupações, os especialistas defendem uma maior aposta nos estudos com medicamentos órfãos, lembrando que “são uma forma valiosa de fornecer medicação que de outra forma não estaria disponível para os doentes”, e sublinham ainda que estes não são necessariamente inseguros, mas exigem sim maior cautela e pesquisas mais rigorosas que garantam a sua segurança para que seja aprovada a sua comercialização.
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