Especialistas brasileiros lembram que o diagnóstico precoce do cancro infantil é um desafio no país, em parte, devido à escassez de profissionais qualificados. Atualmente, o cancro pediátrico é a primeira causa de morte por doença entre as crianças e jovens brasileiros com idades compreendidas entre 1 e 19 anos.
As últimas estimativas do Instituto Nacional do Cancro brasileiro (Inca) indicam que as mortes por neoplasias em crianças representam nove mil casos por ano no país.
Especialistas do Hospital Ophir Loyola reforçam que o diagnóstico precoce influencia o prognóstico da doença oncológica, mas reconhecem que é ainda um desafio determinar os sintomas que apontam para a existência de um cancro, e lembram que não há forma de prevenir o cancro em crianças e adolescentes.
A oncopediatra Alayde Wanderley defende que os pais devem de imediato levar a criança ao pediatra sempre que surgirem sintomas suspeitos, como manchas na pele, pois, no caso das crianças, a “evolução dos tumores é mais rápida e agressiva”.
A especialista lembra, no entanto, que os tumores infantis “respondem melhor aos métodos terapêuticos”, pois são “quimiossensíveis e radiossensíveis, portanto, há uma grande e rápida destruição de células tumorais”.
A Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica indica que o Brasil está ainda longe de atingir as taxas de cura de 70% que se observam nos países desenvolvidos, sobretudo devido à dificuldade em diagnosticar a doença de forma precoce.
Para contrariar esta tendência, em 2005, o Ministério da Saúde brasileiro implementou uma Política Nacional de Atenção Oncológica, que defende um fácil acesso a esta especialidade e às medidas de controlo do cancro, além de promover ações de saúde centradas na prevenção e diagnóstico precoce.
Rita Carneiro, responsável do Serviço de Oncologia Pediátrica do Ophir Loyola, sublinha, no entanto, a escassez de campanhas de sensibilização e de investigação na área do cancro pediátrico e a falta de preparação e dificuldade dos profissionais de saúde em suspeitar de uma neoplasia nesta faixa etária.
“Os sintomas são muito parecidos com os de outras doenças comuns na infância. Às vezes o próprio pediatra não sabe reconhecer um cancro”, explica. A especialista defende a inclusão de uma cadeira de oncologia pediátrica nos planos curriculares dos cursos de medicina como uma das soluções para atenuar esta realidade.
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