Escassez de medicamentos ameaça tratamentos de crianças

Nos Estados Unidos, a escassez de medicamentos quimioterápicos essenciais para crianças submetidas ao tratamento do cancro tem sido um obstáculo cada vez mais frequente para pacientes e hospitais.

Num artigo publicado na revista JAMA Pediatrics, investigadores do Baylor College of Medicine, Stacey Berg e Brooke Bernhardt, abordaram esta questão e pediram para que fosse desenvolvida uma lista de medicamentos essenciais para este grupo de pacientes.

A escassez de medicamentos essenciais para o tratamento do cancro infantil pode resultar num aumento do número de erros de medicação, em atrasos na administração da terapia e, mais preocupante, em resultados inferiores e na morte de pacientes.

“Todas as crianças, incluindo as que estão em tratamento, têm um direito fundamental à saúde, e esta escassez de medicamentos compromete esse direito”, disse Stacey Berg, que também é professora de Onco-Hematologia Pediátrica.

“Listas de medicamentos essenciais já são usadas noutros países, mas ainda falta estabelecer uma para os Estados Unidos, o que poderia ajudar a aliviar esta carga tão negativa”, disse.

Além de alertarem para a necessidade de uma compilação de lista de medicamentos essenciais, os autores também deram recomendações sobre o que fazer quando há escassez, bem como sobre como prever a necessidade no futuro.

“Precisamos de um processo de planeamento mais ativo. Estes medicamentos devem ser considerados infraestruturas críticas nos cuidados de saúde, e esta abordagem tem implicações para além da oncologia pediátrica; as crianças com outras doenças graves devem ter acesso a medicamentos que sejam considerados essenciais para preservar a sua vida”, lê-se no artigo.

“Esperamos que esta lista ajude a estimular a sociedade a pressionar o sistema no sentido de haver mudanças legislativas e um aumento do envolvimento do regulador de saúde norte-americano (FDA) na prevenção e gestão da escassez de medicamentos essenciais contra o cancro infantil”, disseram os investigadores.

Fonte: Medical Xpress

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