Equilíbrio entre duas proteínas ajuda a travar leucemia

Duas proteínas que os cientistas pensavam realizar as mesmas funções são, afinal, antagonistas uma da outra, e mantê-las em equilíbrio pode ser a chave para a prevenção de doenças como o cancro, de acordo com uma nova descoberta publicada na Developmental Cell.

Cientistas do Centro Oncológico Fox Chase, nos Estados Unidos, indicam que novos compostos poderiam tratar o cancro, tendo como alvo os caminhos responsáveis pela manutenção do equilíbrio entre as proteínas.

“É nosso trabalho agora entender como podemos intervir terapeuticamente neste sistema, para que possamos restabelecer o equilíbrio”, dizem os autores do estudo.

As duas proteínas “Rpl22” e “Rpl22-like1” são criadas a partir de dois genes semelhantes, que os investigadores pensavam anteriormente que realizavam funções idênticas no corpo. “O que descobrimos é que não é verdade, pois não só realizam funções diferentes, como são antagonistas um do outro”, salientam os cientistas.

Ambas as proteínas podem ligar-se diretamente ao RNA celular a partir do qual é produzida a Smad1, um fator crítico do desenvolvimento de células estaminais. Esta descoberta sugere que as duas proteínas mantêm o equilíbrio na produção de células estaminais, através dos seus efeitos antagonistas sobre a expressão da Smad1.

Especificamente, a produção excessiva de células com Rpl22 (o “travão”) e a consequente diminuição do número de células do sangue conduz a problemas como a anemia. Por outro lado, níveis elevados de Rpl22-like1 (que funciona como “um propulsor”), podm criar um excesso de produção de células estaminais, dando origem à leucemia.

Pesquisas anteriores descobriram que Rpl22-like1 é frequentemente elevada em pacientes com cancro, incluindo 80% dos casos de leucemia mieloide aguda (tumor que afeta o sangue). Por outro lado, os investigadores descobriram que, noutros tumores, o gene que codifica a Rpl22 é excluído.

“Qualquer um destes acontecimentos é suficiente para alterar o equilíbrio na produção de células estaminais, podendo dar origem a um cancro,” dizem os cientistas.

Este artigo foi úlil para si?
SimNão

Deixe um comentário

Newsletter