Os resultados de um ensaio clínico de fase III, publicados no New England Journal of Medicine, mostraram uma taxa de sobrevivência a três anos de 95% em pacientes pediátricos com linfoma não-Hodgkin de células B tratado com a adição de rituximab, um fármaco já utilizado no tratamento contra o cancro.
O estudo representa uma importante colaboração internacional entre o European Intergroup for Childhood Non-Hodgkin Lymphoma e o Children’s Oncology Group.
A adição de rituximab reduziu as falhas no tratamento em 70%, o que resultou num aumento de 10% na taxa de sobrevivência a 3 anos.
“Estes excelentes resultados apoiam a teoria de que o rituximab deve ser usado como uma nova terapia padrão em pacientes jovens com linfoma não-Hodgkin de células B.”
O rituximab liga-se a uma proteína chamada CD20 encontrada na superfície de células B saudáveis e cancerígenas, ajudando o sistema imunitário do corpo a reconhecer e atacar essas células.
O medicamento obteve anteriormente a aprovação do regulador de saúde norte-americano (FDA) para o uso em combinação com quimioterapia em pacientes adultos com linfoma não-Hodgkin de células B.
Embora o linfoma de Burkitt seja a forma mais comum de linfoma não-Hodgkin pediátrico, é uma doença rara que exige a colaboração de instituições em 13 países para identificar e tratar pacientes jovens o suficiente para testar efetivamente os benefícios da adição de rituximab.
Ao todo, este ensaio clínico de fase III envolveu 328 pacientes, com idades entre os 2 e os 18 anos, tratados em 176 centros distribuídos por quatro continentes (Europa, América do Norte, Austrália e Ásia).
O linfoma de Burkitt é um dos cancros que mais cresce em humanos, aumentando de tamanho a cada 1 ou 2 dias.
Esta doença desenvolve-se no sistema linfático, o que significa que pode formar-se em qualquer parte do corpo; ainda assim, é mais frequentemente diagnosticada em zonas como o abdómen e o pescoço.
“O estudo Inter-B-NHL ritux 2010 é um bom exemplo de cooperação internacional em pesquisa clínica académica e mostrou o quão importante são as colaborações público-privadas entre universidades e a indústria farmacêutica”.
Fonte: Eurekalert