Ensaio clínico revela tratamento com melhores resultados para neuroblastoma recidivante

As crianças que desenvolvem neuroblastoma, uma forma rara de cancro que se desenvolve nas células nervosas, podem beneficiar mais da combinação de certos medicamentos antitumorais específicos, bem como da quimioterapia, revelam os dados de um novo ensaio clínico.

Os resultados do ensaio BEACON conduzido pela Unidade de Ensaios Clínicos do Cancer Research UK da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, mostraram que uma combinação de medicamentos antitumorais que bloqueiam a formação de vasos sanguíneos pelos tumores, juntamente com vários medicamentos quimioterápicos, em particular o fármaco Bevacizumab, fez com que mais pacientes tivessem melhores resultados dos tratamentos.

O estudo, publicado no Journal of Clinical Oncology, teve como base um ensaio que envolveu 160 crianças e jovens com idades entre um e 21 anos, de 43 hospitais em 11 países europeus. O estudo foi randomizado, com metade dos participantes a receber o medicamento antiangiogénico Bevacizumab além da terapia convencional.

O grupo que recebeu Bevacizumab teve um aumento na probabilidade de resposta ao tratamento, de 18% entre aqueles que receberam apenas a terapia estabelecida para 26% entre aqueles com o medicamento adicional. Os pacientes que receberam Bevacizumabe também tiveram melhores taxas de sobrevida livre de progressão no prazo de um ano.

Este ensaio clínico resultou de uma das muitas colaborações realizadas entre a Universidade de Birmingham e os grupos de peritos europeus SIOPEN – Sociedade Internacional de Oncologia Pediátrica Europeia – Neuroblastoma) e ITCC – Terapias Inovadoras para Crianças com Cancro.

“Estamos muito satisfeitos que o ensaio BEACON tenha ajudado a moldar o tratamento para crianças com neuroblastoma recidivante e refratário no futuro”, afirmou Simão Gates, Professor de Bioestatística e Ensaios Clínicos da Universidade de Birmingham e principal autor do artigo.

“O BEACON foi um ensaio que serviu para identificar regimes de tratamento que estão agora a ser investigados mais aprofundadamente. Estamos muito satisfeitos que os dados gerados tenham sido incorporados nas atuais Diretrizes de Prática Clínica do Reino Unido e que o Bevacizumabe seja incorporado ao tratamento padrão para neuroblastoma recidivante”, destacou Lucas Moreno, chefe de Hematologia e Oncologia Pediátrica do Hospital Universitário Vall d’Hebron, em Barcelona, Espanha, e investigador coordenador do estudo.

Fonte: Universidade de Birmingham

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