Encontrada associação entre sarcoma de Ewing e proteína de cancro da mama

Cientistas do Greehey Children's Cancer Research Institute, nos Estados Unidos, descobriram uma surpreendente ligação entre uma proteína do cancro da mama, BRCA1, e um cancro pediátrico conhecido como sarcoma de Ewing.
As descobertas, publicadas na Nature, revelaram um mecanismo completamente novo pelo qual o BRCA1 se pode tornar disfuncional. 
“As observações levantam muitas novas questões sobre o sarcoma de Ewing e sobre a biologia do BRCA1”, disseram os investigadores. 
O sarcoma de Ewing é um cancro pediátrico dos ossos e tecidos mole, em que mais de metade da população afetada é adolescente. 
“A nossa equipa trabalhou para identificar o porquê de o sarcoma de Ewing ser geralmente sensível aos medicamentos utilizados no tratamento padrão do cancro, com esperança de encontrar novos alvos para a terapia e revelar novas maneiras de tratar a doença, caso ela recidive ou não responda às terapias padrão”, explicaram os autores do estudo. 
Quase todos os sarcomas de Ewing são causados por um rearranjo de dois genes que se fundem. A combinação resultante da proteína do sarcoma de Ewing, EWSR1, e outra proteína, geralmente FLI1, é chamada de “oncogene de fusão”, e é este oncogene que promove o cancro. 
Os investigadores descobriram que a proteína mutante produzida pelo oncogene de fusão interfere com a função normal da proteína EWSR1. Por causa disso, as funções celulares normais do cancro tornam-se descontroladas, algo que o BRCA1, que repara o ADN danificado, ou material genético, quando essas mesmas funções da célula são desligadas, não consegue reparar. 
“Temos de pensar no EWSR1 como um condutor de um comboio que vê danos na via férrea e para de imediato o comboio. Já o BRCA1 é a equipa de reparo que serve para consertar os danos causados pela paragem do comboio. Só que, como os danos causados pelo oncogene de fusão são tão poderosos, isso impede o condutor de parar o comboio e ao mesmo tempo impede que a equipa de reparo saia para reparar a via férrea”, explicaram, de uma forma simplificada, os investigadores. 
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