Os efeitos de médio e longo prazo dos tratamentos de imunoterapia são ainda desconhecidos, pelo que devem ser estudados com profundidade, alerta um painel de peritos no estudo “Consenso Estratégico sobre o Valor da Imuno-Oncologia em Portugal”, que acaba de ser divulgado.
Os especialistas destacam que a imunoterapia tem sido encarada como um novo paradigma de tratamento do cancro, usando agentes biológicos que estimulam o sistema imunitário e o ajudam a corrigir os mecanismos de defesa alterados e recomendam também a criação de um registo oncológico nacional único.
A pesquisa refere que a imunoterapia contribui para o aumento de anos de vida com qualidade e apresenta maior capacidade de gestão dos efeitos secundários no doente, no entanto, ainda há um “desconhecimento total, a médio e longo prazo, dos efeitos sobre a gravidez e fertilidade e sobre as doenças autoimunes associadas aos fármacos” da imunoterapia.
Os peritos defendem a criação de um registo oncológico nacional único, que possibilitaria monitorizar com rigor e a longo prazo a utilização da imunoterapia, percebendo os seus efeitos secundários ao longo do tempo, que são atualmente desconhecidos.
“Tem-se conseguido demonstrar uma regressão sustentada e duradoura nalgumas situações, transformando alguns casos de doença agressiva em doença crónica, pouco sintomática”, refere o estudo, que acrescenta, no entanto, que apenas alguns tipos de tumores em determinados estadios de doença oncológica beneficiam destes fármacos de imunoterapia.
A imuno-oncologia, que foi considerada pela revista Science como o avanço científico mais significativo de 2013, tem sido usada sobretudo em tumores hematológicos, melanomas e tumores do rim, salienta ainda o documento.
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