Um grupo de cientistas franceses, do Hospital Pitié-Salpêtrière, em Paris, criou um dispositivo de ultrassom implantável que pode melhorar os efeitos da quimioterapia no tratamento do glioblastoma, um tipo de cancro agressivo que afeta o cérebro.
O dispositivo, que se designa por SonoCloud, tem como finalidade perturbar a barreira sangue-cérebro durante o tempo suficiente para permitir que os tratamentos quimioterápicos possam chegar ao cérebro.
O SonoCloud foi concebido pela empresa CarThera para ser implantado no crânio, sobre a área do tumor. O dispositivo experimental já foi testado num ensaio de fase 1 em 15 pacientes com glioblastoma recorrente e apresentou bons resultados.
Num artigo publicado na revista Science Translational Medicine, Frédéric Sottilini, diretor executivo da CarThera, explica que quando o SonoCloud é ativado, “as ondas sonoras causam a vibração de microbolhas, abrindo temporariamente a barreira sangue-cérebro. Isto permite que uma maior quantidade de quimioterapia possa atingir o tumor”.
Frédéric Sottilini explica que apenas dois minutos de ultrassons de baixa intensidade permitem abrir a barreira sangue-cérebro ao longo de seis horas, aumentando assim a concentração do medicamento em cinco a sete vezes mais.
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