Kathy Pritchard-Jones, do Instituto de Saúde da Criança, do Colégio Universitário de Londres, defende uma regulação menos restritiva e a necessidade de novas estratégias para avançar com novas pesquisas na área da oncologia pediátrica.
Os cientistas defendem que mais pesquisas poderiam ajudar a melhorar as taxas de sobrevivência, reduzir a toxicidade dos atuais tratamentos e minimizar os efeitos secundários que muitas vezes se evidenciam mais tarde na vida destas crianças.
A introdução de uma diretiva comunitária relativa aos ensaios clínicos, em 2004, quase quadruplicou os custos dos ensaios, gerou atrasos substanciais no seu início e chegou mesmo a suprimir alguns ensaios em todos os tipos de cancro. Outras barreiras ao desenvolvimento de novos tratamentos incluem a biologia subjacente aos tumores infantis e as dificuldades em identificar alvos adequados para o tratamento, lembram os autores deste trabalho.
“Promover colaborações abertas com muitos grupos da indústria farmacêutica, órgãos reguladores, universidades, governos e associações de pacientes será fundamental para acelerar o desenvolvimento de novos fármacos”, disse o coautor do estudo, o professor Gilles Vassal da Universidade Paris-Sud.
Comentando sobre as publicações, Kate Law, diretor de pesquisa clínica do Cancer Research UK, concorda que a diretiva da UE tem sido “uma barreira para a pesquisa”, no sentido em que contribuiu para aumentar a burocracia e tornar mais difícil a estruturação de testes multinacionais.
A Cancer Research UK aplaude ainda a intenção já manifestada pela UE de rever esta legislação e promete continuar a trabalhar para assegurar que os reguladores são capazes de unir esforços a fim de criar benefícios para os pacientes o mais rapidamente possível.
“Percorremos um longo caminho na metade do século passado, mas acelerar o processo a partir do qual os medicamentos são disponibilizados para ensaios é essencial para garantir que novos tratamentos estão disponíveis para crianças com cancro”, salientam.
O investimento nos sistemas de saúde, equipamentos e medicamentos, uma melhor formação de profissionais de saúde e a criação de redes entre hospitais regionais e a colaboração internacional podem ajudar a melhorar os resultados de cancro pediátrico em todo o mundo.
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