No Brasil, o cancro infantil é a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes com idades entre o 1 e os 19 anos, de acordo com o Instituto Nacional de Cancro (Inca).
Contudo, 53% das pessoas entrevistadas numa pesquisa intitulada “Cancro infantil: o quanto conhecemos?” apontaram pneumonia, meningite e desnutrição como as doenças que mais matam.
“Antigamente, as doenças fatais para as crianças eram as doenças infetocontagiosas, as respiratórias e as que podiam ser prevenidas por meio de vacinação, como o sarampo e a difteria. Com todos os avanços que tivemos na vacinação e na atenção à saúde básica, houve uma redução nas doenças que podem ser prevenidas e por isso o cancro é hoje a doença que mais mata nesta faixa etária”, disse Teresa Fonseca, onco-hematologista, pediatra e membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope).
A pesquisa realizada pela Sobope, em parceria com a Bayer, analisou as respostas de 2 500 pessoas em cinco capitais brasileiras, incluindo o Rio de Janeiro.
Quase metade dos inquiridos (45%) acredita que os tipos de cancro que afetam as crianças são os mesmos que afetam os adultos, o que é um erro.
“A leucemia, os tumores cerebrais e os linfomas são os tipos de cancro que mais afetam as crianças e os adolescentes. Juntando estes três, temos praticamente 60% dos cancros infantojuvenis. É importante lembrar que este tipo de doença não é muito frequente”, alertou Cláudio Galvão de Castro Júnior, presidente da Sobope e chefe do Serviço de Oncologia e Hematologia Pediátricas do Hospital da Criança Santo António.
Em crianças e jovens, os cancros geralmente afetam células do sistema sanguíneo, nervoso e tecidos de sustentação, como os ossos.
O cancro infantil representa apenas 3% do total de casos da doença no Brasil, com cerca de 12 600 novos diagnósticos por ano.
