Um estudo internacional que reuniu cientistas da Universidade de Navarra, em Espanha, e do Colégio de Medicina da Universidade Jagiellonian, na Polónia, identificou uma nova classe de moléculas que mostraram capacidade para combater células tumorais multirresistentes.
A nova classe de compostos, designada por selenocompounds, mostrou capacidade para superar a resistência das células tumorais à quimioterapia. A descoberta surge na sequência de uma pesquisa anterior da mesma equipa que já tinha identificado 57 compostos com propriedades anti-cancerígenas.
Num artigo publicado na revista Bioorganic & Medicinal Chemistry Letters, os investigadores revelaram que a pesquisa centrou-se num mecanismo de defesa comum encontrado nas células tumorais expostas à quimioterapia, que se designa por “bomba de efluxo”
As bombas de efluxo são proteínas que ajudam as células cancerígenas a livrarem-se dos compostos tóxicos como os quimioterápicos eliminando-os para fora da célula. Uma dessas proteínas é a ABCB1.
Experiências de laboratório com células T de linfoma multirresistente de ratos revelaram que os compostos bloquearam as bombas de efluxo. Foram identificados quatro com elevada eficácia.
Alguns selenocompounds apresentaram ainda capacidade para promover a apoptose nas células cancerígenas, sendo que o mais ativo eliminou 80% das células tumorais.
Enrique Domínguez-Alvarez, investigador principal, explica que as suas descobertas são valiosas mas reforça que representam apenas o início de um longo processo que poderá culminar no desenvolvimento de uma nova classe de fármacos.
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