Descoberta proteína fundamental para o desenvolvimento do meduloblastoma

Uma nova pesquisa publicada na revista Nature Communications mostrou que existe uma proteína específica que regula tanto o início da disseminação do cancro como a auto-renovação das células cancerígenas do meduloblastoma, um tipo de cancro cerebral pediátrico.

O estudo foi realizado por investigadores da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, em colaboração com a Universidade de Stanford, também nos Estados Unidos.

O meduloblastoma, um dos cancros cerebrais mais comuns em crianças, desenvolve-se geralmente na base do cérebro e espalha-se através do líquido espinhal cerebral para a medula espinhal ou outras partes do cérebro.

“Quando o meduloblastoma se espalha, é muito mais difícil de tratar e, em muitos casos, incurável”, explicaram os cientistas, que afirmaram que existe uma necessidade de entender melhor esta doença e a sua disseminação de forma a saberem como a tratar e como impedir que se espalhe ou cause metástases.

A equipa recolheu amostras de pacientes que incluíam uma amostra de tumor cerebral e uma metástase espinhal. Os investigadores concentraram-se em estudar diferentes marcadores de células cancerígenas e descobriram que a NOTCH 1, uma proteína que reside na superfície das células, desempenhou um papel importante na metástase deste tipo de cancro.

“A NOTCH 1 é muito importante no desenvolvimento, bem como na biologia das células estaminais. É ela quem ‘diz’ às células estaminais para produzirem mais células estaminais ou se auto-renovarem”, disseram os investigadores.

“A NOTCH 1 tem uma caraterística única que torna as células cancerígenas mais propensas a se espalharem e a formarem novos tumores, assim como a auto-renovação. Entender essa interação a partir de sinais fora das células é um passo importante”.

A equipa de investigadores usou modelos de ratos para pesquisar a via da NOTCH 1 e testar um tratamento de anticorpos monoclonais que ataca a proteína para impedir que o cancro se espalhe.

Os especialistas trabalham agora no desenvolvimento de um ensaio clínico para o meduloblastoma, usando o mesmo tratamento testado no laboratório. A sua esperança é que este novo tratamento em estudo resulte em menos efeitos secundários e leve a uma opção de tratamento mais eficaz.

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