Uma pesquisa liderada por Michael Lan, da Health New Orleans School of Medicine, nos Estados Unidos, descobriu que um composto chamado 5′-iodotubercidina (5′-IT) suprime o crescimento de células de neuroblastoma e identificou uma potencial nova abordagem terapêutica para a doença.
O artigo foi publicado no Journal of Biological Chemistry.
O neuroblastoma é o tumor sólido não cerebral mais comum em crianças.
É um cancro de células neuro-endócrinas – células que possuem caraterísticas tanto de células nervosas quanto de células produtoras de hormonas; os neuroblastomas iniciam-se em células nervosas imaturas, chamadas neuroblastos, do sistema nervoso simpático. Os neuroblastos formam-se quando há alterações anormais nos genes que controlam o desenvolvimento dessas células jovens em células especializadas.
O objetivo da pesquisa foi encontrar um novo fármaco para o tratamento de tumores agressivos do neuroblastoma.
Para isso, os investigadores estudaram uma proteína de ligação de ADN, a INSM1, feita a partir do gene que regula o desenvolvimento de células neuro-endócrinas imaturas ou indiferenciadas.
A INSM1 é ativada por outra proteína, chamada N-Myc, e ambas são superproduzidas no neuroblastoma.
“Demasiada N-Myc ocorre em cerca de 30% dos tumores de neuroblastoma e correlaciona-se fortemente com a doença em estágio avançado e mau prognóstico. A INSM1 emergiu como um fator crítico no crescimento das células do neuroblastoma”, explicou um dos cientistas.
Os investigadores estavam a procurar um composto que suprimisse o excesso de INSM1 e descobriram que a 5′-IT inibe a expressão da proteína INSM1 e também afeta as moléculas de sinalização celular, levando à morte das células do neuroblastoma.
“Em conjunto, desenvolvemos um único ensaio dirigido pelo promotor INSM1 para identificar fármacos que inibem especificamente a atividade do promotor INSM1”.
“A identificação de novas vias de sinalização que controlam a proliferação do neuroblastoma agressivo sugere novas opções para a terapia combinada de pacientes com neuroblastoma.”
Segundo a American Cancer Society, o neuroblastoma é responsável por cerca de 6% de todos os cancros diagnosticados em crianças norte-americanas.
Fonte: Eurekalert