Investigadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, desenvolveram uma nova abordagem que pode ajudar jovens pacientes a responderem melhor ao tratamento da leucemia linfoblástica aguda.
Os cientistas descobriram que, em ratos, quando a produção de nucleótidos é interrompida, ativa-se uma resposta ao estímulo de replicação do ADN; a resposta ao stress de replicação é um sistema de monitorização celular que geralmente deteta e resolve os danos do ADN, mas que os investigadores descobriram que também permite a sobrevivência de células cancerígenas.
A equipa utilizou os resultados do estudo para elaborar um regime de tratamento combinado de três fármacos, que provou matar células cancerígenas e erradicar a leucemia linfoblástica aguda nas cobaias utilizadas.
Esta combinação bloqueou as duas vias de biossintéticos de nucleótidos, ao mesmo tempo que inibiu a resposta ao stress de replicação. As vias biossintéticas são componentes do metabolismo que permitem que as células produzam nucleótidos, necessários para o seu crescimento e sobrevivência; quando as vias são bloqueadas por moléculas de fármacos, as células cancerígenas podem parar de crescer, acabando por morrer.
Dois dos fármacos experimentais, triapina (3-AP) e DI-82, foram utilizados para diminuir os níveis de nucleótidos. O terceiro fármaco, o VE-822, inibiu uma enzima chamada ATR, que é conhecida como regulador mestre da resposta ao estímulo de replicação do ADN e torna as células cancerígenas sensíveis a baixos níveis de nucleótidos.
Em seguida, o VE-822 desabilitou os freios aplicados pela resposta ao stress de replicação e permitiu que a combinação de três fármacos eliminasse células de leucemia linfoblástica; por outro lado, também promoveu a sobrevivência a longo prazo dos animais tratados, sem causar a toxicidade que os prejudicaria.
O estudo, publicado na Nature Communications, desenvolveu e melhorou pesquisas anteriores ao investigar de que forma as células da leucemia linfoblástica produzem os nucleótidos.
As cobaias foram utilizadas na pesquisa pré-clínica para avaliar a eficácia da combinação dos três fármacos ao longo de um período de quatro anos. A próxima etapa da pesquisa terá como objetivo testar os componentes individuais da terapia combinada em ensaios clínicos.
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